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“É MUITO TRISTE ISSO, CARA, VER UMA CRIANÇA NÃO ENTRAR POR CAUSA DE 100G!”: DECISÕES DISCRICIONÁRIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA INTERSETORIAL DE COMBATE À FOME

Leane Rodrigues Martins, Rodrigo Pereira da Rocha Rosistolato, Ana Pires do Prado, Maria Comes Muanis, Diana Gomes da Silva Cerdeira

Resumo


O artigo analisa o acesso às Creches e Centros de Atendimento à Infância Caxiense. São escolas para crianças desnutridas ou em risco nutricional. Oferecem educação infantil, assistência social e alimentação. Trata-se de uma política intersetorial do município de Duque de Caxias/RJ. Observamos a pesagem das crianças e mapeamos as ações e decisões discricionárias dos gestores escolares, nutricionistas e assistentes sociais envolvidos no processo. As interações entre os profissionais e as famílias definem a ocupação das vagas, sobretudo quando a demanda é maior do que a oferta.


Palavras-chave


política intersetorial; desnutrição; discricionariedade; crianças; educação.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/jpe.v16i1.83554