Processos históricos, aprendizagem e a educação de uma ‘segunda natureza humana’
Resumen
Processos históricos é uma expressão corrente na historiografia. A historiografia é um produto que decorre de um processo metódico que identifica questões históricas, planeja sua pesquisa e constrói sua explicação mediante argumento demonstrativo. Na educação histórica, a historiografia-produto participa como componente dos processos de formação cultural das pessoas. Na cultura histórica de todo grupo social tem-se o conteúdo da reflexão historicizante sobre si e sua origem e a prática de transmissão dessa reflexão entre seus integrantes, nas dimensões vertical (passado-futuro) e horizontal (presente). A dimensão horizontal é a plataforma de mediação entre continuidade e mudança na memória coletiva e individual. Para todo e qualquer agente, a cultura histórica é, necessariamente, uma situação dada sob cujo influxo ele atua (aquisição gradual da consciência histórica por mimetismo inicial e por distanciamento crítico). Admitida uma 'primeira natureza humana' caracterizada pela racionalidade discursiva e argumentativa, a educação histórica, que use a historiografia, pode ser vista como construtora de uma 'segunda natureza', instaurada e desenvolvida na dimensão temporal da existência dos agentes racionais humanos - nos processos educacionais existentes no respectivo meio sociocultural, que instituem hábitos e convicções. Na tradição histórica ocidental, desde Cícero ressalta-se o mimetismo inercial da cultura em que se é educado como uma 'segunda natureza'. Por certo não se considera mais tal 'natureza' como uma determinação ontológica, mas como um dado histórico adquirido e modificável. A historiografia moderna demonstra como a análise metódica dos processos históricos desde o Iluminismo permite entender e explicar a realidade da educação e da consciência históricas adquiríveis nos meios socioculturais dos agentes.
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