Infância isolada: política pública para a profilaxia da lepra no Maranhão (1930-1950)

Autores/as

Palabras clave:

Políticas públicas. Infância. Lepra. Maranhão

Resumen

O artigo objetiva divulgar resultados parciais de investigação desenvolvida no âmbito do curso do doutorado em educação, sobre políticas públicas para a infância no Maranhão, com recorte no período do Estado Novo onde a preocupação com as epidemias que se alastravam pelo estado desencadeou práticas profiláticas para controle dos indivíduos enfermos pela Lepra. No caso das crianças, foram isoladas em preventório, denominado Educandário Santo Antonio, após os pais serem diagnosticados com a doença e institucionalizados na Colônia do Bonfim, leprosário localizado em região distante da cidade de São Luís. Com base na análise de literatura como os relatórios, decretos estaduais e bibliografia produzida por intelectuais sobre o período do governo de Paulo Martins de Souza Ramos no Maranhão, evidenciamos práticas políticas de subordinação das crianças aos anseios de uma sociedade que queria se ver livre do incômodo que elas geravam, apesar de serem filhos sadios. As interlocuções com a teoria de Erving Goffman (2008) elucidaram a institucionalização da infância como estratégia de controle, vigilância e estigmatização dos indivíduos marcados pelo sofrimento da doença sob o discurso de uma política para a profilaxia. Os resultados da pesquisa permitem constatar a construção de uma política de segregação voltada à população desvalida no Maranhão, com foco nas crianças, filhos sadios dos enfermos de Lepra, as qual foram submetidas ao trabalho e a uma educação higienista e moralizante que deixou marcas nessa geração.

Biografía del autor/a

Rosyane de Moraes Martins Dutra, UNIFESP

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de São Paulo na Linha de Pesquisa História da Educação: sujeitos, objetos e práticas. Possui graduação em PEDAGOGIA pela Universidade Federal do Maranhão (2001), especialização em Gestão de Recursos Humanos pela FACAM (Rio de Janeiro/2005) e Mestrado em Educação/UFMA (jul/2014). É Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Infância e Brincadeiras - GEPIB/UFMA. É membro do grupo de Trabalho História da Infância e Juventude (ANPUH-BR), da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) e da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) . Também, é Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas Infância, Cultura e História - GEPICH (UNIFESP/Guarulhos-SP). Atualmente é professora assistente do Departamento de Educação I no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão (Área: Educação Infantil). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: Infância e o brincar, formação de professores, metodologia da educação infantil, estágio supervisionado, educação das crianças, currículo e história da infância.

CELIA MARIA BENEDICTO Giglio, UNIFESP

Graduada em Pedagogia pela da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (1985); mestre em Educação FEUSP (1995) e doutora em Educação (2001) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2001). Professora associada do Departamento de Educação da EFLCH da Universidade Federal de São Paulo, Campus Guarulhos, aposentada em 2021, atuando como docente credenciada do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da UNIFESP. É pesquisadora da área de História da Educação e de Gestão Educacional; pesquisa o processo de institucionalização da escola no Brasil durante a segunda metade do século XIX e inícios do XX, com especial interesse nos procedimentos de governo da escola e do sistema, e a Gestão educacional no âmbito das Políticas Públicas de Educação. Tem experiência nas áreas da docência e gestão da Educação Básica e do Ensino Superior. Coordenou a implantação do Curso de Pedagogia (2006-2011) e o Programa de Residência Pedagógica da UNIFESP (2006-2013).

 

Publicado

2023-12-05

Cómo citar

Dutra, R. de M. M., & Giglio, C. M. B. (2023). Infância isolada: política pública para a profilaxia da lepra no Maranhão (1930-1950). Educar Em Revista, 39, e87509. Recuperado a partir de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/87509

Número

Sección

DOSSIÊ Educação, Saúde e Assistência às Infâncias: saberes, conhecimentos e práticas sociais