“Não pode casar ainda/só depois que se formar”: controle do corpo e formação de professoras normalistas na capital do Brasil (1920-1950)

Autores

Palavras-chave:

História da Educação. Formação de professores. Controle do corpo. Modernização social. Normalistas.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo estudar o contexto histórico em que foi promulgado o Decreto n.º 9.529, de 28 de dezembro de 1948 na capital do Brasil. Tal normatização proibiu as discentes que viriam a se tornar professoras da rede pública de ensino municipal do Distrito Federal de se casarem e ficou vigente até o ano de 1953. Abordamos o período histórico que vai do final dos anos 1920 até o início dos anos 1950 sob uma dupla dimensão: o controle do corpo e a formação de professores. O intuito dessa investigação é colaborar para o entendimento de como a sociedade carioca em processo de modernização característico dessas décadas aceitou, formulou e incorporou normatizações que interferiam na vida privada da professora primária em formação nas duas unidades oficiais da cidade. Optamos pelo uso de periódicos da época como fontes, triangulando esse material com bibliografias acerca do conceito de gênero. Os resultados demonstraram a influência histórica e cultural da fé cristã na produção da representação das docentes, bem como o controle do seu corpo e as restrições quanto as suas perspectivas de vida. Concluímos que as pesquisas sobre o passado desse tema são tão importantes quanto as discussões realizadas hoje, pois, diante do atual crescimento do conservadorismo, conhecer o passado pode nos oferecer melhores argumentos para a manutenção e criação de direitos sociais que tornarão a nossa sociedade mais justa.

Biografia do Autor

Fábio Souza Lima, Universidade Federal do Amazonas - Docente DE

Atua como professor de História da Educação do Departamento de Teorias e Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Amazonas. Foi professor do Instituto de Educação Carmela Dutra por dez anos, onde lecionou História e Filosofia da Educação. Foi professor Substituto da Faculdade de Educação da UFRJ, onde lecionou as disciplinas de Educação Brasileira, Prática em Política Administração Educacional e Planejamento e Avaliação dos Sistemas Educacionais. Mestre e Doutor em Educação pelo PPGE/UFRJ, seguindo a na linha de pesquisa História, Sujeitos e Processos Educacionais. Pós-graduado em Políticas Públicas em Espaços Escolares pela CESPEB/ UFRJ. Tem por base as suas graduações em História pela Universidade Federal Fluminense (Licenciatura e Bacharelado) e em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de janeiro (Licenciatura e Bacharelado). Autor de livros que relacionam a realidade do Rio de Janeiro ao Ensino. Pesquisador ligado ao Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade - PROEDES. Tem experiência na pesquisa e no ensino de Filosofia da Educação, História da Educação, Sociologia da Educação, Educação Brasileira, Administração e gestão Educacional. 

Publicado

2021-08-20

Como Citar

Lima, F. S. (2021). “Não pode casar ainda/só depois que se formar”: controle do corpo e formação de professoras normalistas na capital do Brasil (1920-1950). Educar Em Revista, 37. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/75693

Edição

Seção

Dossiê - Corpo e história: os múltiplos processos de educação do corpo