Repetência e reprovação na implementação da escola graduada: emergência e significados históricos
Resumo
O artigo busca investigar a emergência da reprovação e da repetência escolar
nos primeiros anos de implementação da escola graduada, em Minas Gerais.
Procura-se apreender sua ocorrência e os significados que lhes eram atribuídos
pelos profissionais da Educação de uma escola primária: o Grupo Escolar
Paula Rocha, na cidade de Sabará/MG. Entendemos que tais fenômenos
relacionam-se com a organização da escola graduada, no interior de uma
cultura escolar fundada na homogeneização das turmas e na complexificação
dos processos avaliativos. O corpus documental foi constituído pela legislação
educacional, relatórios de direção e inspeção, atas de exames, termos de
promoção e livros de matrículas. Verificou-se no período analisado, entre
1907 e 1930, que reprovação e repetência eram concentradas no 1º Ano
escolar, sendo compreendidas como fenômenos distintos. A repetência
constituía recurso didático que procurava garantir a aprendizagem diante
da extensão do Programa de Ensino e a pouca idade dos estudantes. Estas
eram também as justificativas para a reprovação, que incidia mesmo entre
alunos aprovados nos exames finais. Verificou-se a criação, pela escola, de
estratégias de organização seriada e de avaliação que buscassem garantir a
aprendizagem e facilitassem a homogeneização das turmas.