Artefatos da cultura material escolar no Rio Grande do Sul: um estudo das Cartilhas Mestra e Samorim
Resumo
Tratando os livros didáticos, em específico as cartilhas para o ensino da leitura e da escrita, como parte constitutiva e importante da cultura material escolar, o objetivo deste artigo é apresentar uma análise comparada da Cartilha Mestra e da Cartilha Samorim - Recreativa e Instructiva, ambas de autoria do professor gaúcho Samorim Gustavo de Andrade, sendo a primeira de 1919/1913, na 12ª edição, e a segunda, a 1ª edição, de 1921. Produzidas no contexto da consolidação do governo positivista no Rio Grande do Sul, da constituição do sistema público de ensino e do crescimento de uma “indústria escolar”, as cartilhas aqui em pauta foram amplamente utilizadas em escolas gaúchas e expressam parte da cultura material escolar do período em questão. Para este artigo, ambos os exemplares indicados foram cotejados tendo o livro como objeto de estudo na perspectiva de uma história de sua edição e da cultura material escolar. O estudo permitiu evidenciar que a Cartilha Samorim é uma versão ampliada da Cartilha Mestra. Contudo, as edições apresentam especificidades, como, por exemplo, o acréscimo, na versão de 1921, da letra cursiva e de textos para o desenvolvimento da fluência da leitura. É provável que as mudanças observadas estivessem articuladas aos discursos da época no que tange aos métodos para o ensino da leitura e da escrita e às demandas sociais e pedagógicas.
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