A Brincadeira na Educação Infantil (3 a 5 anos): uma experiência de pesquisa e intervenção
Palavras-chave:
Educação Infantil, brincadeira, Teoria Histórico-culturalResumo
Esta pesquisa, intitulada A brincadeira na Educação Infantil (3 a 5 anos): uma experiência de pesquisa e intervenção, vinculada à linha de pesquisa “Práticas Educativas e Formação de professores”, partiu do pressuposto de que a utilização da brincadeira na Educação Infantil tem sido marcada pela desvalorização ou não compreensão da sua importância no processo de desenvolvimento da criança. Por esta razão, este trabalho teve como objetivo conhecer e intervir sobre a concepção e a prática de uma professora no uso da brincadeira, em uma creche, na cidade de Álvares Machado - SP. Neste sentido, buscamos identificar a presença, a concepção e a prática relacionada à brincadeira que os gestores e a professora participantes da pesquisa defendiam ou apresentavam. Para tanto, utilizamos como suportes investigativos a observação e a entrevista semiestruturada. Após uma pré-análise dos dados levantados, elaboramos uma devolutiva para que os envolvidos na pesquisa reconhecessem qual a concepção e a prática que permeavam a utilização da brincadeira na creche. Em seguida, foram realizadas intervenções teóricas e práticas junto à educadora participante da pesquisa com intuito de potencializar a sua práxis, com base em pressupostos teóricos da perspectiva histórico-cultural, no que tange ao emprego e importância da brincadeira no desenvolvimento humano das crianças. Esta vertente teórica assume a brincadeira como atividade principal e, por isso, propõe que este elemento da cultura deve se fazer presente no dia a dia da creche. A metodologia utilizada para este fim foi a pesquisa-intervenção, por possibilitar uma prática transformadora no lócus da pesquisa. Os resultados apresentados apontam que a brincadeira está presente na rotina da creche e nas propostas da educadora, pois é entendida pela professora participante da pesquisa como importante para o desenvolvimento infantil. No entanto, percebemos que esta valorização da brincadeira está presente apenas no discurso, pois, não há o seu reflexo na prática, já que predominam o laissez-faire, isto é, o espontaneismo e, também, jogos de caráter funcional, muito complexos para as crianças. Ambas as tendências ocasionam o rápido desinteresse das crianças que, por sua vez, criam outras brincadeiras levando a professora ao estresse. No trabalho de campo, as intervenções pautadas na relação entre o brincar mediado e o brincar livre, demonstraram a importância da atuação do professor na ampliação da cultura lúdica das crianças e avanços na qualidade do brincar e na diversificação de conteúdos e temas. Segundo a educadora, as intervenções teóricas e práticas contribuíram para uma mudança qualitativa em sua concepção em relação à brincadeira, no entanto, ainda apontou indicativos que dificultam suas ações relacionadas ao tema.
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