ENSINO DECOLONIAL AOS EDUCADORES DO CAMPO: UMA PERSPECTIVA DA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO DA UFPR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/diver.v14i2.83355

Resumo

Este artigo pretende analisar a proposta do Projeto Pedagógico do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LeCampo), da Universidade Federal do Paraná, enquanto ferramenta de ensino-aprendizagem decolonial aos educadores do campo. A metodologia utilizada foi a de pesquisa teórica, descritiva- exploratória, realizada a partir da reflexão crítica sobre a temática apresentada. Buscou-se demonstrar o caráter decolonial do curso, fundamentado em aspectos históricos, pedagógicos e socioculturais, possibilitadores do diálogo de saberes das comunidades do campo ao saber científico-acadêmico, que estruturam a ruptura com a lógica da modernidade capitalista e colonial. O texto foi redigido e organizado em quatro capítulos, que perpassam uma breve contextualização do início dos estudos decoloniais na América Latina, a LeCampo enquanto curso de graduação superior e sua inserção ao debate decolonial, e ainda as características do regime de alternância e como este regime interfere também no posicionamento político, identitário e pedagógico do curso. Compreendeu-se que o curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal do Paraná, trabalha conceitos e fundamentos firmantes aos estudantes, que atuarão como educadores nas escolas do campo multiplicando o pensamento decolonial, bem como fortalecimento a emancipação do pensamento eurocêntrico através do fortalecimento do vínculo e da aceitação da identidade latino-america, além da compreensão das profundas marcas históricas deixadas neste povo pela tentativa de apagamento de sua forma de existência.

Palavras-chave: Colonialidade; Processos educacionais; Latino-américa.

Biografia do Autor

Luiza Breis, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Matinhos, Paraná.

Bacharela em Serviço Social pela Universidade Federal do Paraná e Mestranda em Avaliação de Políticas Públicas pela Universidade Federal do Ceará. Tem interesse em pesquisas relacionadas a educação do campo, comunidades do campo, questão agrária e questão social.

Referências

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, v. 2, p. 89-117, 2013.

BELLO, Enzo. O pesamento descolonial e o modelo de cidadania no novo constitucionalismo latino- americano. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito (RECHTD), v. 7, n. 1, p.49-61, 2015.

BRASIL. Presidência da República. Decreto No 7.352, de 4 de Novembro de 2010. Dispõe sobre a política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA. Brasília, 2010.

CALDART, R.; PEREIRA, I. B., ALETEJANO, P., FRIGOTTO, G. (Orgs). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012. Disponível em: <http://www.epsjv. fiocruz.br/publicacao/livro/dicionario-da-educacao- do-campo>.

FERNANDES, B. M.; MOLINA, M. C. O campo da Educação do Campo. In: MOLINA, M. C.; JESUS, S. M. S. Azevedo de. Contribuições para a construção de um projeto de Educação do Campo. Brasília: Articulação Nacional “Por Uma Educação do Campo”, 2004.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1988.

GROSFOGUEL, R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p. 115-147, 2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). 2015. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/ livros/liv98887.pdf>.

JESUS, J. N. A pedagogia da alternância e o debate da educação no/do campo no estado de Goiás. Goiânia, 2010.

MOLINA, M. C. A constitucionalidade e a justicialidade do direito à educação dos povos do campo. In: SANTOS, C. A. Educação do Campo, Políticas Públicas, Educação. Brasília: INCRA/ MDA/NEAD, 2008.

MOLINA, M.; SÁ, L. M. (Orgs.). Licenciaturas em educação do campo: registros e reflexões a partir das experiências-piloto (UFMG; UnB; UFBA E UFS). Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

Coleção Caminhos da Educação do Campo, v. 5.

NOGUERA, R. O ensino de filosofia e a lei 10.639. Rio de Janeiro: Pallas: Biblioteca Nacional, 2014.

SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almendinas, 2009.

SOUZA, P. C. A; AMARAL, D. M. Caminhando com os Invisíveis: a pesquisa em processos educativos e práticas sociais. Políticas Educativas, Porto Alegre, v. 3, n.1, p.96-113, 2009.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR. Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso de Licenciatura em Educação do Campo - UFPR Litoral. Matinhos, 2012. Disponível em: .

Downloads

Publicado

30-12-2021

Como Citar

Breis, L. (2021). ENSINO DECOLONIAL AOS EDUCADORES DO CAMPO: UMA PERSPECTIVA DA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO DA UFPR. Divers@!, 14(2), 46–53. https://doi.org/10.5380/diver.v14i2.83355

Edição

Seção

Dossiê