Notas sobre a “tutela indígena” no Brasil (legal e real), com toques de particularidades do sul de Mato Grosso do Sul

Autores

  • Simone Becker Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – (Dourados, MS, Brasil)
  • Taís Cássia Peçanha Rocha Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – (Dourados, MS, Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.5380/rfdufpr.v62i2.49443

Palavras-chave:

Integracionismo. Protagonismo indígena. Racismo institucional. Tutela.

Resumo

Neste artigo será analisada a tutela indigenista, observando o seu rastro histórico e a remanescência de sua ideia nas relações entre indígenas e instituições civis e governamentais. Verificar-se-á quando a tutela passa a caracterizar o racismo institucional, na medida em que ela representa entrave ao indígena no alcance de direitos, ainda que a atual Constituição Federal a tenha extinguido, reconhecendo a capacidade civil plena do indígena brasileiro. Suscitam-se indagações sugestivas, tanto dos “indigenismos” em nosso País quanto da capacidade civil do “índio”, além daquelas referentes ao órgão indigenista, a Fundação Nacional do Índio (Funai). Demonstrar-se-á que o preconceito étnico e o racismo institucional caminham lado a lado, o segundo em decorrência do primeiro, num processo de subtração da cidadania indígena. Para tanto, analisar-se-á fato ocorrido no âmbito da Coordenação Regional da Funai em Dourados/MS, em comunidade indígena por ela atendida, referente à emissão de Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Sugere-se que a aplicação da tutela pode ser um fator descaracterizante do protagonismo indígena, que o relega aos caminhos burocráticos circulares de negação de responsabilidade, impedindo-o de alcançar a cidadania plena.

Biografia do Autor

Simone Becker, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – (Dourados, MS, Brasil)

Professora associada I no curso de Direito da Faculdade de Direito e de Relações Internacionais (FADIR/UFGD). Mestre e doutora em Antropologia Social. Bolsista produtividade no CNPq.

Taís Cássia Peçanha Rocha, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – (Dourados, MS, Brasil)

Graduada em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), pós-graduanda em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Agente em Indigenismo na Fundação Nacional do Índio, Coordenação Regional de Dourados/MS.

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Publicado

2017-08-31

Como Citar

Becker, S., & Rocha, T. C. P. (2017). Notas sobre a “tutela indígena” no Brasil (legal e real), com toques de particularidades do sul de Mato Grosso do Sul. Revista Da Faculdade De Direito UFPR, 62(2), 73 – 105. https://doi.org/10.5380/rfdufpr.v62i2.49443

Edição

Seção

Artigos