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A FAMÍLIA PERCEBENDO O ADOECER DE CÂNCER E CRIANDO SIGNIFICADOS

Valquíria de Lourdes Machado Bielemann

Resumo


Esse estudo buscou entender a percepção da família perante o adoecer de câncer de um dos seus integrantes e o significado simbólico da doença para ela. Parte de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, tendo como referencial o Interacionismo Simbólico. Foi desenvolvido no hospital e nas residências dos familiares. A coleta dos dados ocorreu através da observação participante e na sua classificação usaram-se alguns elementos da etnociência. Os dados depois sofreram interpretações, quando foi possível perceber que diante do diagnóstico de câncer a família transcende esta situação concreta e cria para si um mundo cheio de significações. Neste contexto, elementos simbólicos aparecem associando o câncer às idéias de doença incurável, difícil enfrentamento, invasiva, proliferativa, debilitante, terminal, cuja origem pode ser castigo e fatalidade. O que ainda transparece no discurso da família na disposição de não nomear abertamente a palavra câncer; quando refere o assunto, o emprego de uma linguagem diferente da cotidiana. Estas representações simbólicas sobre a doença fazem com que haja uma interpretação da realidade de forma subjetiva e abstrata, ocasionando diferentes formas de interpretar a doença. Vê-se que é preciso desmistificar a doença para que seja possível ressignificar a vida de todos os envolvidos.

Palavras-chave


Família; Processo saúde-doença; Relações enfermeiro-paciente.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v5i2.44880