A Revista Sociologias Plurais é um periódico discente vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Paraná. Criado em 2012 e com publicações semestrais, o periódico é um veículo de divulgação e circulação não apenas das pesquisas em Sociologias da UFPR, como de diversas universidades brasileiras.

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Dossiê "A pesquisa em Sociologia da Saúde: aspectos epistemológicos e metodológicos" |
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A Sociologia da Saúde tem se dedicado, ao longo de sua trajetória, a diferentes temáticas que circundam o processo saúde-doença. Desde meados do século XX, muitos pensadores dedicaram-se de forma mais detida à Sociologia da Saúde, Sociologia Médica ou Pensamento Social em Saúde, analisando questões como comportamento, desvio, educação médica, experiência da doença, morte, instituição médica, entre outras. No século XXI, outros temas foram sendo incorporados como objetos de pesquisa em Sociologia da Saúde que procura responder às crescentes demandas científicas, sociais e tecnológicas, as quais produzem novas práticas e representações em saúde, subjetivações e imaginários acerca do corpo, do cuidado e da vida de modo mais filosófico. A consolidação e expansão da Sociologia da Saúde seguiu caminhos diversos na América do Norte, América Latina e na Europa, inspirando-se em diferentes correntes teórico-metodológicas e quadros epistemológicos, de acordo com os contextos geopolíticos, econômicos e sociais. No contexto latino-americano, por exemplo, especialmente no Brasil, as conexões entre as Ciências Sociais e a Saúde estiveram imbricadas na constituição da Saúde Coletiva, como campo científico e prática social, além das políticas públicas em saúde e do próprio Sistema Único de Saúde. Outros aspectos como condições institucionais e financiamento representam também nuances importantes na formação das equipes de pesquisa e suas agendas científicas nos diferentes países. São diversos os quadros de referência da Sociologia da Saúde, das abordagens sistêmicas até as fenomenológicas hermenêuticas. A gradação de ideias varia desde a forte influência marxista e do materialismo histórico para a compreensão do processo saúde-doença, até o paradigma do interacionismo, os estudos culturalistas ou, nas últimas décadas, os promissores estudos decoloniais e pautados pelas epistemologias do Sul. Diante desta diversidade e pluralidade de ideias, interessa-nos abordagens acerca de possíveis (re)construções epistemológicas e diferentes possibilidades de pesquisa que se movem por meio da Sociologia da Saúde. São bem-vindos ainda textos que problematizem aspectos relativos aos métodos e técnicas de coleta de dados, bem como seu tratamento, análise e interpretação. E, finalmente, para responder sociologicamente às exigências impostas pelo objeto de pesquisa em saúde, serão consideradas tanto as reflexões que envolvem modelos para abordagens metodológicas qualitativas, quantitativas quanto a complementaridade de métodos. |
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Publicado: 2021-12-15 | |
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