Direitos humanos, constitucionalismo transnacional e redução das desigualdades raciais: desafios pós-pandemia de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.5380/rinc.v8i1.74326Keywords:
Direito humanos, constitucionalismo transnacional, racismo, COVID-19.Abstract
Este artigo parte do pressuposto de que o impacto desproporcional da COVID-19 sobre a população negra no Brasil é um problema de racismo estrutural. Por outro lado, assume que o constitucionalismo transnacional surge como alternativa possível para a prevenção de crises globais, como é caso desta pandemia. Nesse sentido, o racismo estrutural, que ressalta o impacto da crise global de COVID-19 sobre os negros no Brasil, é um desafio que o constitucionalismo global terá que enfrentar a fim de não reproduzir estruturas implícita ou explicitamente marcadas pelo racismo. Na primeira parte, o artigo recolhe dados preliminares acerca dos impactos da pandemia de COVID-19 no Brasil, sobretudo nos negros. Após, discute estudos atinentes aos temas racismo, poder e discurso. Na terceira parte, reconstrói brevemente conceitos centrais do constitucionalismo transnacional a partir de sua evolução no Ocidente. Por fim, reflete sobre os três possíveis desafios ao constitucionalismo transnacional no combate às desigualdades raciais em cenários pós-pandemia: desafio teórico-normativo, desafio estrutural-funcional e desafio político-pragmático.
References
ACKERMAN, Bruce. The Rise of World Constitutionalism. Virginia Law Review, [s.l.], vol. 83, p. 771-797, 1997.
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
BETHENCOURT, Francisco. Racismo: das Cruzadas ao século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1998.
BRAGATO, Fernanda Frizzo; COLARES, Virginia. Indícios de descolonialidade na Análise Crítica do Discurso na ADPF 186/DF. Revista Direito GV, São Paulo, vol. 13, n. 3, p. 949-980, 2017.
CANOTILHO, Joaquim José Gomes. ‘Brancosos’ e interconstitucionalidade. Coimbra: Almedina, 2006.
CIDH. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Relatório n. 66/06. Caso 12.001 MÉRITO. SIMONE ANDRÉ DINIZ BRASIL, 21 de outubro de 2006.
FALK, Richard. Human Rights and State Sovereignty. New York: Holmes & Meier, 1981.
FALK, Richard. On Human Governance. Towards a New Global Politics. Cambridge: Polity Press, 1995.
FALK, Richard. Predatory Globalization. Cambridge: Polity Press, 1999.
FANON, Frantz. The wretched of the earth. New York: Grove Press, 1968.
FANON, Frantz. Black skin, white masks. London: Paladin, 1970.
FIORAVANTI, Maurizio. Costituzionalismo. Percorsi della storia e tendenze attuali. Roma-Bari: Laterza, 2009.
FOUCAULT, Michel. L’archéologie du savoir. Paris: Gallimard, 1969.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 4 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
JAKOBSON, Roman. Essais de linguistique générale. Tomos I e II. Paris: Les Éditions de Minuit, 1963; 1973.
JONES, Camara P. Confronting Institutionalized Racism. Phylon, [s.l.], vol. 50, n. 1/2, p. 7-22, 2002.
KALCKMANN, Suzana; SANTOS, Claudete Gomes dos; BATISTA, Luís Eduardo; CRUZ, Vanessa Martins da. Racismo institucional: desafio para a equidade no SUS? Saúde e Sociedade, [s.l.], vol. 16, n. 2, p. 146-155, 2007.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Anthropologie structurale. Paris: Plon, 1958.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes tropiques. Paris: Plon, 1958.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Race et Histoire; Race et Culture. Paris: Albin Michel et UNESCO, 2001.
MADURO, Miguel Poiares. A constituição plural: constitucionalismo e União Europeia. Cascais: Principia, 2006.
NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
PETERS, Michael. Pós-estruturalismo e filosofia da diferença. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
PIAGET, Jean de. Le structuralisme. Paris: PUF, 1968.
PIRES, Luiza Nassif; XAVIER, Laura de Lima; CARVALHO, Laura. Coronavírus e desigualdade no Brasil. CEBES, 06 de abril de 2020. http://cebes.org.br/2020/04/covid-19-e-desigualdade-no-brasil/
PONTHOREAU, Marie-Claire. “Global constitutionalism”, un discours doctrinal homogénéisant. L’apport du comparatisme critique. Jus Politicum. Revue de droit politique, [s.l.], n. 19, p. 105-134, 2018.
RANGEL, Paulo Castro. Uma teoria da interconstitucionalidade: pluralismo e constituição no pensamento de Francisco Lucas Pires. Revista Themis, [s.l.], ano 1, n. 2, p. 127-151, 2000.
ROUSSEAU, Dominique. L’ état d’urgence, un état vide des droit(s). Revue Projet, [s.l.], vol. 2, n. 291, p.19-26, 2006.
SAID, Edward. Orientalism. New York: Vintage Books, 1978.
SMITH, Linda Tuhiwai. Decolonizing Methodologies Research and Indigenous Peoples. 12. ed. London: Duneoin, 2008.
TEIXEIRA, Anderson V. Constitucionalismo transnacional: por uma compreensão pluriversalista do Estado constitucional. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 3, n. 3, p. 141-166, 2016.
TEIXEIRA, Anderson V. Teoria Pluriversalista do Direito Internacional. São Paulo : WMF Martins Fontes, 2011.
TORODOV, Tzvetan. Nosotros y los otros: reflexión sobre la diversidad humana. Madrid: Siglo XXI, 2007.
VIOLA, Francesco. South Asian Constitutionalism? A contemporary pathway towards an authentic constitutional order. Revista de Estudos Constitucionais e Hermenêutica do Direito, São Leopoldo, vol. 12, n. 1, p. 78-97, 2020.
WAYNE, C. K.; WILLIAMS, Michelle. Covid-19 and Immunity in Aging Populations — A New Research Agenda. The New England Journal of Medicine, [s.l.], vol. 383, n. 9, p. 804-805, abr. 2020.
WERNECK, Jurema. Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e Sociedade, [s.l.], vol. 25, n. 3, p. 535-549, 2016.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this Journal agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the Journal of Constitutional Research the right of first publication with the article simultaneously licensed under the Creative Commons - Attribution 4.0 International which allows sharing the work with recognition of the authors and its initial publication in this Journal.
- Authors are able to take on additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the paper published in this Journal (eg.: publishing in institutional repository or as a book), with a recognition of its initial publication in this Journal.
- Authors are allowed and encouraged to publish their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of the published work (see the Effect of Open Access).




















