Discurso de ódio e estratégias linguisticamente abaixo do radar: a amplificação bolsonarista através dos públicos refratados

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5380/rvx.v18i2.90670

Palabras clave:

Discurso de ódio, Públicos refratados, Estratégias abaixo do radar, Bolsonaro.

Resumen

Este artigo segue a concepção de que a linguagem é uma forma de ação e que, enquanto tal, faz parte de estratégias mais complexas de análise. Nesse sentido, discuto a ideia de como a linguagem, na forma de discurso de ódio, compõe parte fundamental das estratégias abaixo do radar dos públicos refratados - públicos que são contornados pelos usuários - atuando como estratégia bolsonarista de amplificação nas mídias digitais. Esboçando a maneira danosa e violenta de ataques linguísticos do corpo digital bolsonarista, analiso algumas formas simbólicas investidas contra Gabriela Prioli, por meio das quais uma série de outros efeitos têm origem. Analiso, sobretudo, dados disponíveis em meio público digital, publicados no perfil pessoal da apresentadora na plataforma da rede social Instagram. Abordo os modos pelos quais Prioli é diminuída, depreciada e violentada através da linguagem, revelando como essas práticas linguísticas, por se darem em um nexo on/off-line afetam profundamente os fluxos de informações em sociedades pós-digitais como a nossa. Essa discussão significa, no limite, que as dinâmicas em públicos refratados devem ser consideradas nos estudos de outros campos como uma questão de forma de violência que se dissemina algoritmicamente no meio digital e a partir da qual o influenciador controla o viés do ambiente. Para articular a proposta, ancoro a discussão em uma interface entre estudos antropológicos e linguísticos, partindo da definição de públicos em rede (BOYD, 2010), que é questão fundamental para entendermos como os públicos refratados (ABIDIN, 2021) aqui abordados funcionam através de diferentes usos linguísticos violentos (SILVA, 2010, 2020) que atuam em nosso contexto social pós-moderno (BLOMMAERT, 2020).

Biografía del autor/a

Graziela Hahn, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina

Mestra em Linguística (2021), na área de concentração em Linguística Aplicada (PPGLin), pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com estudos realizados na área de Estudos do Campo Discursivo (bolsista CAPES). Doutoranda em Linguística, também na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na área de Linguística Aplicada, com ênfase em Estudos do Campo Discursivo. Bolsista CNPq (2022), desenvolvo estudos que abordam teóricos como John Langshaw Austin, Judith Butler, Jacques Derrida, entre outros. Membro associada ALAB - Associação de Linguística Aplicada do Brasil (2022).

Publicado

2023-09-26

Cómo citar

Hahn, G. (2023). Discurso de ódio e estratégias linguisticamente abaixo do radar: a amplificação bolsonarista através dos públicos refratados. Revista X, 18(2), 519–537. https://doi.org/10.5380/rvx.v18i2.90670

Número

Sección

Artigos para número atemático