O ensino como trabalho: reflexões sobre a dimensão prescritiva do ensino de análise linguística em documentos oficiais
DOI:
https://doi.org/10.5380/rvx.v16i3.79541Palavras-chave:
Ensino de gramática, Trabalho prescrito, Documentos oficiaisResumo
Compreender a disciplina escolar Língua Portuguesa requer não só dominar os conhecimentos de tal campo, mas mobilizá-los com outros aspectos da prática educativa, incluindo as recomendações de documentos oficiais. Entendidos como textos que prescrevem o trabalho docente, esses documentos constituem política oficial de Estado direcionando a práxis pedagógica de modo a atingir os objetivos propostos. Nesse sentido, este artigo reflete sobre a dimensão prescritiva do componente curricular Língua Portuguesa no Ensino Fundamental Anos Finais a partir da discussão sobre como os documentos oficiais recomendam o ensino de Análise Linguística. Para isso, fundamentados no conceito de trabalho prescrito (CLOT, 2007, 2013; MACHADO, 2002) e nas discussões sobre ensino de gramática/análise linguística (MENDONÇA, 2006; GERALDI, 2011), analisamos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), considerando as concepções de língua/linguagem e os objetivos para o ensino de Análise Linguística. Uma confrontação dos dois documentos mostrou que por serem guiados por uma perspectiva sociointeracionista da linguagem, eles confluem em muitos pontos sobre o ensino de Análise Linguística a partir de uma vertente que toma a língua em função de seus usos sociais, permitindo uma configuração do ensino de português alicerçado numa visão dialógica de linguagem, cujas práticas didáticas devem contribuir para a ampliação dos letramentos dos estudantes.
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