FILOSOFIA NA INFÂNCIA?
Resumo
O presente artigo pretende compreender as razões pelas quais é possível
sustentar a tese de que as crianças são capazes de pensar fi losofi camente.
Busca-se, neste sentido, analisar as relações entre fi losofi a, infância e
educação, a fi m de responder às questões: o que é a fi losofi a? O que é a
infância? O que é educar? Num segundo momento, discute-se as razões
da ausência da fi losofi a no Ensino Fundamental, ao mesmo tempo em
que se busca analisar as implicações políticas, epistemológicas e pe-dagógicas da introdução da fi losofi a neste nível de ensino. A filosofia
problematiza não apenas o conceito de ciência e de conhecimento, mas
o conceito de fi losofi a e de educação. Ora, a hegemonia científi ca do
currículo escolar acarreta a exclusão da dimensão filosófica da educação que impede em grande medida, a formação do pensamento crítico-refl exivo (emancipatório). A presença curricular da filosofia no Ensino Fundamental deve ser assegurada pela legislação educacional. Porém, a presença da fi losofi a no Ensino Fundamental impõe uma condição impreterível à educação: aprender a pensar para além das fronteiras epistêmicas dos componentes curriculares, o que pressupõe uma concepção transversal (transdisciplinar) do currículo escolar. Na última seção visa-se analisar o caráter original e inovador do programa de Filosofia para Crianças (FpC)de Lipman, suas possibilidades e seus limites. Trata-se de examinar o potencial emancipatório da proposta de Lipman em confronto com a realidade educacional brasileira.
Palavras-chave
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/nesef.v8i2.70920