O dossiê tem como objetivo reunir artigos resultados de pesquisas sobre relação entre a usina hidrelétrica Itaipu Binacional e a ditadura civil-militar no Paraná. A empresa foi criada em 1973, com a assinatura do Tratado de Itaipu, e tinha como projeto o aproveitamento dos recursos hídricos do rio Paraná. A companhia era controlada pela estatal brasileira de eletricidade, a Eletrobrás, e a paraguaia, a ANDE (Administración Nacional de Eletricidad), tendo o período entre 1975 e 1982 como o auge de sua obra, chegando a reunir 32 mil operários. A existência de testemunhos e documentos apontam para uma série de violações cometidas por Itaipu, como o monitoramento, a vigilância, o controle e a repressão sobre os trabalhadores que construíram e atuavam na administração da usina, além de outras violações e práticas semelhantes sobre os grupos afetados pelo projeto, como camponeses, populações indígenas, posseiros e trabalhadores rurais que perderam suas terras com a formação do lago artificial. O projeto também conta com suspeitas de favorecimento econômico às empresas privadas envolvidas, em particular as empreiteiras de obras públicas responsáveis pelas obras civis do empreendimento, além das companhias multinacionais e brasileiras que realizaram os serviços de montagem eletro-mecânica da usina. Nesse sentido, buscamos reunir trabalhos que contemplem estas e outras temáticas, relacionando a ditadura civil-militar e a construção de Itaipu.
Os Organizadores
- Rafael Vaz da Motta Brandão
- Pedro Henrique Pedreira Campos
Capa: João Américo Goulart
Foto: Acervo particular de Ricardo Costa de Oliveira. Santa Catarina, Canoinhas, déc. 1920/1930.