GEOGRAFIAS ARRUINADAS NOS HORIZONTES DA ARTE CONTEMPORÂNEA: RESSIGNIFICAÇÃO E CONTINGÊNCIA RELACIONAL DO LUGAR NAS INSTALAÇÕES BEAM DROP INHOTIM (2008) E FISSURA (2011)
DOI:
https://doi.org/10.5380/geografar.v17i1.84833Palavras-chave:
Topocídio, Geografias Criativas, Geopoética, Carnalidade, RuínasResumo
O ensaio objetiva interpretar como o ecocídio da Vale em Brumadinho/MG, na condição de sintoma das fraturas socioambientais do Antropoceno, ressignifica as instalações de arte contemporânea Beam Drop Inhotim e Fissura como lugares(-obras) de ruínas no Instituto Inhotim de Arte Contemporânea. Para tanto, fundamenta-se teoricamente na associação entre a Geografia Cultural e a fenomenologia existencialista de Merleau-Ponty. Metodologicamente, opera-se em convergência às Geografias Criativas, de modo a utilizar as práticas artísticas tanto como objeto quanto como exercício investigativo. Nesse sentido, foram elaboradas poesias e ilustrações que colaboram para decifrar os nexos inerentes à problemática analisada. Compreende-se que a contingência relacional do lugar faz com que os sentidos experienciais das instalações sejam alterados como expressões de memento mori. Essa transformação tanatológica reitera nexos corpo-perceptivos da realidade geográfica de modo a salientar componentes afetivos, existenciais e corporificados dos lugares afetados pelo topocídio. Tal situação ecoa rumo a noção de lugar de ruina, o qual é desdobramento carnal da temporalidade presentificada de retorno à situacionalidade destrutiva que conforma o seu âmago. Pôde-se evidenciar que o encontro com geopoéticas de ruínas capitalistas metamorfoseia existências e significados espaciais intrínsecos às instalações. Destarte, abordagens crítico-criativas de operar interdisciplinarmente entre Geografia e Arte podem propiciar modos de explicitar as fissuras socioambientais do Antropoceno.
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