Educação em saúde bucal para pessoas com doença falciforme: uma perspectiva para além do clínico

Resumo

A doença falciforme é uma condição genética caracterizada por uma mutação na hemoglobina, levando à falcização dos eritrócitos, marcada por uma complexa sintomatologia que atinge os tecidos conectivos e mineralizados de todo o corpo a incluir a cavidade oral. Um olhar especial do cirurgião-dentista é necessário, considerando que as intervenções para a garantia da saúde bucal desse público não devem se limitar à abordagem clínica, sendo necessário partir de ações preventivas e de proteção. Portanto, o presente artigo trata-se de um relato de experiência de um projeto de extensão sobre o uso da educação em saúde de modo a melhorar a saúde bucal das pessoas com doença falciforme no município de Feira de Santana. Através da realização de atividades como salas de espera em um Centro Municipal de Referência de atendimento a indivíduos afetados pela condição, foi possível criar uma ponte com o público-assistido incentivando a autonomia em processos de saúde, assim como a busca por atendimento odontológico. As ações realizadas mostraram-se eficazes ao informar/capacitar os pacientes sobre a saúde bucal, promovendo engajamento e aprendizado prático, superando barreiras históricas-sociais. Apesar dos desafios, como limitações socioeconômicas, o projeto evidenciou o impacto positivo das ações preventivas e educativas na qualidade de vida dos pacientes e na ampliação do acesso ao cuidado integrado. Sobretudo, observa-se a importância da educação em saúde para indivíduos com doença falciforme, contribuindo para a gestão da clínica, prevenção e melhoria da qualidade de vida por meio de uma abordagem holística que promove autonomia e bem-estar aos envolvidos.