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Famílias de crianças e adolescentes institucionalizados: ações educativas como medidas essenciais

Letícia Dutra Moreira Mendes, Edilene Aparecida Araújo da Silva, Elaine Cristina Dias Franco, Giovanna Moura e Oliveira, Oldair Jonnes Ribeiro, Osiel Ferreira Antunes

Resumo


A institucionalização configura-se como medida protetiva, de caráter excepcional e transitório, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Durante a institucionalização as necessidades sociais, emocionais, psíquicas, culturais inerentes à infância e a adolescência devem ser atendidas. Portanto, o direito à convivência familiar e comunitária também ser incentivado, até que a criança e o adolescente possam ser reintegrados à sua família. Simultaneamente devem ocorrer intervenções com as famílias com a finalidade de torná-las aptas a reintegração familiar. Busca-se com este estudo descrever as intervenções desenvolvidas com famílias acompanhadas pelo Programa ACONCHEGO. Trata-se de um relato de experiência descritivo e analítico, sustentado na análise documental dos diários de campo produzidos pela equipe de extensão no desenvolvimento de intervenções com as famílias acompanhadas pelo Programa de extensão ACONCHEGO. Foram selecionadas três intervenções realizadas durante as visitas domiciliares em 2021, 2022 e 2023. A partir da aproximação com as famílias foram realizadas ações educativas, por meio de orientação, instrução e material educativo tipo folder. Por fim, conclui-se que a oferta de visitas domiciliares juntamente com ações educativas com temas específicos para o contexto familiar permitem a possibilidade de reestruturar a família de crianças e adolescentes institucionalizados para reintegrá-los no contexto familiar, estabelecendo laços de confiança. É essencial o acompanhamento familiar juntamente com as ações educativas, oferecendo uma assistência humanizada e integral, visando o bem-estar biopsicossocial e reintegração do relacionamento familiar, por meio de ações voltadas para o contexto de cada uma.

Palavras-chave


Criança institucionalizada; Adolescente institucionalizado; Família; Defesa da Criança e do Adolescente

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ef.v0i32.91238