Abordagem intersetorial entre Educação e Nutrição na perspectiva do programa Saúde na Escola: um relato de experiência
Resumo
Sabe-se que durante a adolescência, muitas são as mudanças observadas, sejam fisiológicas, psicológicas, sociais e/ou alimentares. O objetivo deste trabalho foi relatar a experiência da realização de uma ação de vigilância alimentar e nutricional com adolescentes do ensino médio de uma escola pública, mediante uma perspectiva intersetorial entre saúde e educação. Para tanto, a ação foi realizada com 51 adolescentes, que responderam aos formulários do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e foram aferidas suas medidas de altura e peso. Como resultados, 3,92% dos adolescentes estavam em estado nutricional de baixo peso, 68,63% em eutrofia, 15,69% em sobrepeso e 11,76% em obesidade. Quanto aos marcadores de consumo alimentar, 78,5% realizavam entre 3 e 5 refeições e 74,5% tinham o costume de realizá-las assistindo televisão ou mexendo no celular. Já em relação aos alimentos consumidos, a tendência do público analisado é de consumir alimentos ultraprocessados. Aproximadamente metade consumiu hambúrguer, embutidos, bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados, biscoito recheado, doces ou guloseimas. Logo, foi vista a presença de maus hábitos alimentares que podem desencadear comorbidades no futuro. Foi recomendado aos alunos com IMC inadequado que fossem acompanhados na UBS pela equipe de Nutrição e foi sugerido para a escola que trabalhassem a temática de alimentação saudável de forma transversal nas aulas. Portanto, é notória a necessidade da continuidade de ações nessa perspectiva, de modo a seguir o ciclo do cuidado como proposto pelo Ministério da Saúde, no qual a intersetorialidade é essencial.
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ef.v0i31.89654