Diálogos sobre violência obstétrica e parto humanizado na extensão universitária: exercendo a educação popular em saúde no cenário da sala de espera

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/ef.v0i31.88166

Palavras-chave:

Violência Obstétrica, Gestantes, Direitos da Mulher, Educação em Saúde

Resumo

Introdução: O termo "violência obstétrica" compreende os atos da equipe de saúde que desrespeitam a autonomia e a integridade das gestantes e parturientes e seus bebês. Um dos instrumentos usados na cidade de Uberlândia/MG para coibir a violência obstétrica é o Plano de Parto, que busca levar as gestantes à reflexão sobre seus direitos e desejos no momento do parto. Objetivo: Relatar uma ação extensionista realizada por estudantes de Medicina vinculados à IFMSA Brazil UFU sobre a violência obstétrica, o Plano de Parto e sua importância. Metodologia: A ação foi executada no ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas de Uberlândia da UFU (HCU-UFU) e teve como público-alvo gestantes de baixo risco aguardando atendimento. O disparador da conversa foi o Plano de Parto. Tratando-se de uma atividade exclusivamente educativa, não houve necessidade de submissão do projeto ao sistema CEP/CONEP. Resultados: A atividade resultou em um diálogo horizontal centrado nas dúvidas das participantes sobre o Plano de Parto. Os tópicos de maior interesse das gestantes foram o direito a um acompanhante, os métodos de alívio da dor e a posição durante o parto vaginal. Muitas participantes desconheciam o termo “violência obstétrica”. Conclusão: O Plano de Parto se mostrou um ótimo disparador para conversas sobre violência obstétrica. Para a equipe de estudantes, esse momento de troca com as gestantes foi enriquecedor para uma formação compreensiva e humanizada. Por fim, ressaltamos a importância de atividades de Educação Popular em Saúde na garantia de direitos de populações vulneráveis.

  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriel Junes Mendes, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

            

Laura Ferreira Costa, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

          

Laura Mateus Borges, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

         

Eduarda Vilela Silva, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

        

Hector Batista Silva, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

       

Isabelle Braga Macedo, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

      

Loueiny Amaro Honda, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

     

Andressa Ribeiro Lopes da Silva, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

    

Márcia Aires Rodrigues de Freitas, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

   

Referências

BACHILLI, M. C.; ZIRBEL, I.; HELENA, E. T. S. Relational autonomy and humanized birth: the challenge of approaching desires and practices in the SUS. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online], v. 31, n. 01, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310130. Acesso em: 17 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União [S. l.], 23 dez. 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 16 set. 2022.

BRASIL. Lei n° 11. 108 de 8 de abril de 2005. Secretaria de Informação Legislativa, Senado Federal [online]. Diário Oficial da União, p. 1, col. 3, 2005. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/norma/570557/publicacao/15722854. Acesso em: 16 out. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Brasília: Ministério da Educação, 2014. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/pnsp/legislacao/resolucoes/rces003_14.pdf/view. Acesso em: 16 set. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual Prático para Implantação da Rede Cegonha. Brasília-DF: Ministério da Saúde, 2011. E-book.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Popular em Saúde no Âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEP-SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2761_19_11_2013.html. Acesso em: 16 out. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 569, de 1 de junho de 2000. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2000/prt0569_01_06_2000_rep.html. Acesso em: 16 out. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução Nº 510, de 7 de abril de 2016, Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

COSTA, E. D.; KRELING, M. C. G.; ARAÚJO, N. M. Contribuições de um projeto de extensão para a formação profissional de alunos dos cursos de Enfermagem e Medicina. Extensão em Foco, [S.l.], n. 21, ago. 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ef.v0i21.68267. Acesso em: 16 set. 2022.

DIAS, L. F. et al. Salas de Espera na Atenção Primária à Saúde: Ensino-Aprendizagem de Estudantes Universitários Aliado à Educação Popular. Extensão em Foco [online], v. 0, n. 24, 2021. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/extensao/article/view/77074. Acesso em: 12 set. 2022.

FIOCRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Biblioteca: Meu Plano de Parto. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/meu-plano-de-parto/. Acesso em: 16 out. 2022.

LANSKY, S. et al. Violência obstétrica: influência da Exposição Sentidos do Nascer na vivência das gestantes. Ciência & Saúde Coletiva [online], v. 24, n. 8, p. 2811-2824, ago. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232018248.30102017. Acesso em: 16 mar. 2022.

MAIA, M. Enfermagem da UFU desenvolve projeto para redução de cesarianas desnecessárias: Plano de Parto de Uberlândia se torna referência nacional. Comunica UFU, 3 abr. 2019. Disponível em: https://comunica.ufu.br/noticia/2019/03/enfermagem-da-ufu-desenvolve-projeto-para-reducao-de-cesarianas-desnecessarias. Acesso em: 18 set. 2022.

NASCIMENTO, K. I. M. et al. View of Manobra de Kristeller: uma violência obstétrica / Kristeller’s maneuver: obstetric violence. Brazilian Journal of Health Review [online], v. 4, n. 2, p. 7362-7380, 2021. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/ojs/index.php/BJHR/article/view/27710/21918. Acesso em: 16 out. 2022.

OMS. Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde. Genebra: Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa/OMS, 2014.

SANTOS, F. et al. Os significados e sentidos do plano de parto para as mulheres que participaram da Exposição Sentidos do Nascer. Cadernos de Saúde Pública [online], v. 35, n. 6, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00143718. Acesso em: 17 set. 2022.

SILVA, W. N. S. et al. PLANO DE PARTO COMO INSTRUMENTO DAS BOAS PRÁTICAS NO PARTO E NASCIMENTO: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista Baiana de Enfermagem‏ [online], v. 33, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/32894. Acesso em: 16 out. 2022.

SOUSA, J. E. et al. Presença do acompanhante no processo de parto: percepção dos profissionais de saúde. Saúde em Redes [online], v. 6, n. 2, p. 25-38, 2020. Disponível em: http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/rede-unida/article/view/2343. Acesso em: 16 out. 2022.

SOUZA, D. et al. Sala de espera para gestantes: uma estratégia de educação em saúde. Revista Brasileira de Educação Médica [online], v. 36, n. 1 suppl 2, p. 62–67, 2012. Associação Brasileira de Educação Médica. Disponível em: http://www.scielo.br/j/rbem/a/h64JKWRz6rVfFRmBLNJy9YQ/?lang=pt. Acesso em: 4 out. 2022.

SUÁREZ-CORTÉS, M. et al. Uso e influência dos Planos de Parto e Nascimento no processo de parto humanizado. Revista Latino-Americana de Enfermagem [online], v. 23, n. 3, p. 520-526, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0104-1169.0067.2583. Acesso em: 18 set. 2022.

TEIXEIRA, P. T. F. A Violência Obstétrica: da Condição de Vulnerabilidade aos Danos Emocionais Obstetric Violence: from the Condition of Vulnerability to Emotional Damage. Revista de psicologia [online], v. 15, n. 56, p. 541–558, 2021. Lepidus Tecnologia. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/3160. Acesso em: 16 out. 2022.

UBERLÂNDIA. Lei n° 12. 314, de 23 de novembro de 2015. Leis municipais Uberlândia [online]. Data de inserção no Sistema Leis Municipais: 11 mai. 2017. Disponível em: http://leismunicipa.is/olkvq. Acesso em: 16 out. 2022.

VENTURI, G; GODINHO, T. Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado: uma década de mudanças na opinião pública. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, SESC-SP; 2013.

Downloads

Publicado

2023-08-01

Como Citar

Mendes, G. J., Costa, L. F., Borges, L. M., Silva, E. V., Silva, H. B., Macedo, I. B., … Freitas, M. A. R. de. (2023). Diálogos sobre violência obstétrica e parto humanizado na extensão universitária: exercendo a educação popular em saúde no cenário da sala de espera. Extensão Em Foco, (31), 119–133. https://doi.org/10.5380/ef.v0i31.88166

Edição

Seção

Relato de Experiência