Desafios simbólicos da universidade: a perspectiva de estudantes sobre a permanência

Autores

Palavras-chave:

Educação superior, permanência universitária, campo universitário, inclusão social.

Resumo

Este artigo se insere nas discussões sobre a inclusão social nas universidades públicas, especificamente sobre a permanência universitária. Com as contribuições da teoria sociológica de Pierre Bourdieu, analisamos as percepções de estudantes sobre as suas experiências relacionadas à permanência universitária, aprofundando os mecanismos simbólicos presentes nos percursos estudantis em uma universidade pública federal. A metodologia empregada para a pesquisa utilizou questionários e entrevistas semiestruturadas com estudantes universitários, matriculados em diferentes períodos e cursos na graduação. Os resultados da investigação indicam que há o reconhecimento da relevância de auxílio financeiro para possibilitar a frequência no curso, porém os estudantes levantam desafios que são simbólicos e que interferem na permanência universitária. A dimensão simbólica está presente na responsabilização do aluno pelo seu desempenho, relacionado às dificuldades acadêmicas com o conteúdo cultural exigido e às práticas dos professores que pouco auxiliam os estudantes com maiores defasagens de capital cultural academicamente rentável. Consideramos que os dados oriundos das entrevistas, bem como as sugestões indicadas pelos estudantes para melhorar a permanência, revelam disputas presentes no campo universitário. Portanto, a presença de novos agentes possibilita alterações nas disputas do campo, o qual apresenta limites simbólicos para efetivar a proposta de inclusão social em uma instituição que tende à consagração das relações de força na sociedade.

Biografia do Autor

Hellen Cristina Xavier da Silva Mattos, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, São Paulo.

Doutoranda em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É pedagoga e mestra em educação pela mesma instituição.

Maria Cristina da Silveira Galan Fernandes, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, São Paulo.

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1987), mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994) e doutorado em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Araraquara (2002). Realizou Pós-Doutorado, na
Universidade Federal de Goiás (2018). Atualmente é professora associada do departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Publicado

2022-12-21

Como Citar

Mattos, H. C. X. da S., & Fernandes, M. C. da S. G. (2022). Desafios simbólicos da universidade: a perspectiva de estudantes sobre a permanência. Educar Em Revista, 38. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/85943

Edição

Seção

Dossiê Pierre Bourdieu – após 20 anos qual o legado de sua obra para pesquisas em educação?