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Juventude negra, Ensino Médio e democracia: a luta pela escola

Luciano Nascimento Corsino, Dirce Djanira Pacheco e Zan

Resumo


O presente trabalho apresenta dados etnográficos de uma pesquisa de
doutorado realizada em escola pública na zona norte de São Paulo. Na
realidade pesquisada, as garotas negras tiveram um papel importante na
organização e manutenção do movimento de ocupação ocorrido no final
de 2015. Nesse artigo, pretendemos evidenciar como a presença da cultura
negra no currículo escolar de uma instituição de ensino médio, junto a outras
políticas de valorização e reconhecimento dessa cultura, pode ter contribuído
para a articulação dessas jovens na decisão sobre o movimento. A ocupação
se deu em meio a uma movimentação maior ocorrida no estado de São Paulo
em 2015, tendo como principais objetivos: a) resistir à reforma do ensino
médio anunciada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e b)
reivindicar uma escola mais democrática, que reconheça as diferenças e
possibilite a participação das jovens nos processos de decisão. A pesquisa
realizada nessa unidade escolar tem como fundamentação teórica os estudos
da sociologia da educação e os estudos antirracistas. Realizou-se, através de
observações e entrevistas semiestruturadas com estudantes e docentes antes,
durante e após o período de ocupação. Percebe-se que apesar das dificuldades,
como perseguições à docentes e estudantes que participaram e apoiaram o
movimento, o processo de ocupação contribuiu para a constituição de saberes
fundamentais para a construção de um pensamento democrático, antirracista
e feminista na instituição.


Palavras-chave


Estudantes secundaristas; Ensino médio; Antirracismo; Ocupações de escolas; Movimento estudantil

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