Aprendizagens com signos trans – uma transetopoiese disruptiva

Autores

  • Pablo Cardozo Rocon Universidade Federal de Mato Grosso/ Docente do Instituto de Saúde Coletiva https://orcid.org/0000-0003-2696-5786
  • Maria Elizabeth Barros de Barros Universidade Federal do Espírito Santo/ Departamento de Psicologia
  • Heliana de Barros Conde Rodrigues Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ Docente do Departamento de Psicologia Social e Institucional

Palavras-chave:

Transexualidades, Saúde, Processos Formativos, Aprendizagens com Signos, trabalhadores da saúde.

Resumo

Através de uma cartografia das linhas de formação, o artigo problematiza
a hipótese, levantada pela literatura, da presença de uma insuficiência
formativa dos trabalhadores da saúde como causa do desrespeito ao nome
social, da discriminação e da patologização das identidades trans, que
impedem o acesso dessa população aos serviços de saúde. Foram realizadas
entrevistas gravadas em áudio com 7 (sete) trabalhadoras de um ambulatório
do Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS) lotado em
hospital universitário, e com 2 (dois) usuários. Analisa-se um conjunto de
estratégias formativas que convergem para uma formação normalizadora que
percorre linhas molares, nas quais os(as) trabalhadores(as) são disciplinados
por protocolos e manuais de diagnóstico a aplicar as normas binárias de
gênero e a heteronormatividade em seus processos de trabalho, produzindo
a patologização das identidades trans e tornando seletivo o acesso aos
serviços. A aposta feita no artigo é a de que o encontro com as pessoas trans
pode fazer emergir aprendizados com signos que catalisam a experiência
de uma arte de fazer-se trans, a qual culmina no mal-estar do desencontro
com as verdades sobre gêneros e sexualidade. Sair de tal mal-estar supõe
experimentar-se com tais signos - uma experimentação transetopoiética com
a produção de um corpo com novos contornos, capaz de suportar a diferença que pede passagem, abrindo caminho para a produção de modos de viver e trabalhar com a saúde trans que afirmem a diferença.

Biografia do Autor

Pablo Cardozo Rocon, Universidade Federal de Mato Grosso/ Docente do Instituto de Saúde Coletiva

Mestre em Saúde Coletiva e Doutor em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo. Docente do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso.

Maria Elizabeth Barros de Barros, Universidade Federal do Espírito Santo/ Departamento de Psicologia

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pós-Doutora em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ. Docente do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo

 

Heliana de Barros Conde Rodrigues, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ Docente do Departamento de Psicologia Social e Institucional

Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo. Pós-Doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP. Professora associada e procientista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com atuação docente nos cursos de graduação em Psicologia. 

Publicado

2020-12-21

Como Citar

Rocon, P. C., de Barros, M. E. B., & Rodrigues, H. de B. C. (2020). Aprendizagens com signos trans – uma transetopoiese disruptiva. Educar Em Revista, 36. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/74656

Edição

Seção

Dossiê - Educação, democracia e diferença