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Aprendizagens com signos trans – uma transetopoiese disruptiva

Pablo Cardozo Rocon, Maria Elizabeth Barros de Barros, Heliana de Barros Conde Rodrigues

Resumo


Através de uma cartografia das linhas de formação, o artigo problematiza
a hipótese, levantada pela literatura, da presença de uma insuficiência
formativa dos trabalhadores da saúde como causa do desrespeito ao nome
social, da discriminação e da patologização das identidades trans, que
impedem o acesso dessa população aos serviços de saúde. Foram realizadas
entrevistas gravadas em áudio com 7 (sete) trabalhadoras de um ambulatório
do Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde (SUS) lotado em
hospital universitário, e com 2 (dois) usuários. Analisa-se um conjunto de
estratégias formativas que convergem para uma formação normalizadora que
percorre linhas molares, nas quais os(as) trabalhadores(as) são disciplinados
por protocolos e manuais de diagnóstico a aplicar as normas binárias de
gênero e a heteronormatividade em seus processos de trabalho, produzindo
a patologização das identidades trans e tornando seletivo o acesso aos
serviços. A aposta feita no artigo é a de que o encontro com as pessoas trans
pode fazer emergir aprendizados com signos que catalisam a experiência
de uma arte de fazer-se trans, a qual culmina no mal-estar do desencontro
com as verdades sobre gêneros e sexualidade. Sair de tal mal-estar supõe
experimentar-se com tais signos - uma experimentação transetopoiética com
a produção de um corpo com novos contornos, capaz de suportar a diferença que pede passagem, abrindo caminho para a produção de modos de viver e trabalhar com a saúde trans que afirmem a diferença.


Palavras-chave


Transexualidades; Saúde; Processos Formativos; Aprendizagens com Signos; trabalhadores da saúde.

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