Educação e biopolítica: um panorama da produção acadêmica brasileira no campo educacional (2001-2016)

Autores

  • Julio Roberto Groppa Aquino Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Biopolítica, Governamentalidade, Michel Foucault, Periódicos educacionais

Resumo

O presente artigo visa perspectivar a emergência e os usos da noção de biopolítica operados pelas pesquisas educacionais brasileiras, por meio de uma compilação dos artigos veiculados nos principais periódicos da área no intervalo de 2001 a 2016, em que tal noção foi sugerida. Mais especificamente, 51 textos publicados em 21 periódicos. Mediante o material escrutinado, foram isoladas cinco grandes frentes argumentativas. Uma primeira vertente engloba os artigos de cunho historiográfico, sendo sucedida pelos estudos que focalizaram a díade corpo/saúde e, então, aqueles que elegeram a discussão sobre sexualidade/gênero. Somam-se outros dois tipos de apropriação associados à tematização da governamentalidade: no primeiro caso, é a tópica da inclusão que ganha destaque; no segundo, o neoliberalismo e seus efeitos sobre as práticas educacionais. As discussões finais do artigo apresentam três conclusões principais:  o nexo vigoroso entre o raio da ação biopolítica e sua materialização nas práticas educacionais; a força inconteste de uma governamentalidade de lastro pedagógico fundada nos jogos mutuamente reguladores entre cidadania, formação e verdade de si; e a necessária atenção analítica cruzada normalizadora de tipo bio-psico-pedagógico e de vocação formativo-instrucional que parece ter solapado a maior parte, senão a totalidade das esferas existenciais.

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Publicado

2017-11-23

Como Citar

Aquino, J. R. G. (2017). Educação e biopolítica: um panorama da produção acadêmica brasileira no campo educacional (2001-2016). Educar Em Revista, 33(66), p. 95–112. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/53864

Edição

Seção

Dossiê Temático