Memórias de uma educação clandestina: comunistas brasileiros e escolas políticas na União Soviética na década de 1950
Palavras-chave:
Educação Clandestina, PCB, História da educaçãoResumo
O artigo situa-se no contexto de diversificação de temas e fontes da História da Educação e visa compreender quais foram as memórias produzidas por comunistas brasileiros sobre a educação vivida na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em períodos que estiveram na clandestinidade e/ou na ilegalidade. Para isso, realizamos análise de conteúdo de fontes autobiográficas e de entrevista. Argumentamos por uma história da educação dos comunistas brasileiros, na medida em que apresentamos as relações do internacionalismo político dos partidos comunistas com a educação política comum de seus quadros. Em seguida, identificamos as “escolas” de formação que aconteciam na URSS, apresentando algumas memórias de Jacob Gorender, Manoel Jover Teles, Hércules Correa e Osvaldo Peralva, sujeitos que militaram no PCB e que, na década de 1950, integraram “redes de escolas políticas”. Entende-se que havia uma complexa rede de educação organizada na clandestinidade e que os cursos realizados no Brasil tinham um caráter preparatório para diferentes atividades dos militantes no território nacional, e/ou funcionavam como processos seletivos para ingresso em cursos de formação realizados na URSS que aliavam diferentes conhecimentos teóricos e práticos, visando a preparação de “militantes profissionais” para a condução dos partidos e da revolução.
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