Tornar-se pai/mãe de uma criança com transtornos graves do desenvolvimento
Palavras-chave:
Deficiência, intervenção precoce, adaptação familiar, transtorno de desenvolvimento, parentalidadeResumo
O interesse pela pesquisa sobre os pais das crianças com transtornos graves do desenvolvimento tem conhecido diferentes focos de interesse ao longo do tempo, desde uma abordagem mais psicopatológica, interessada em descrever os aspectos negativos gerados pelo impacto de ter um filho com deficiência, passando pelo estudo das estratégias de coping usadas para lidar com a situação, até ao conhecimento das forças e da resiliência que esses pais mobilizam nas suas vivências. A grande mudança, no entanto, deriva de os pais/mães serem considerados não apenas em função da criança, mas também pelo que acontece no seu próprio processo de desenvolvimento. Esta perspectiva desenvolvimental é aqui abordada a partir da construção dos vínculos fundamentais presentes na ligação entre mãe/pai e o seu bebé, o modo como tal ligação é quebrada e como pode ser reconstruída quando a criança apresenta um diagnóstico de transtorno grave. Só a retoma do seu próprio processo de desenvolvimento, por parte dos pais, lhes permitirá exercer plenamente a sua parentalidade de forma emocionalmente adequada e consistente, assente numa responsividade permanente perante as circunstâncias da vida quotidiana. Esta perspectiva permite abrir novos desafios interdisciplinares quanto à forma de trabalhar na intervenção precoce no desenvolvimento infantil e a uma leitura abrangente do trabalho centrado na família.
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