EDUCAÇÃO AMBIENTAL CONTEXTUALIZADA

AULAS DE CAMPO E VIVEIRO EDUCADOR COMO ESTRATÉGIAS PARA O (RE)CONHECIMENTO DA FLORA DA CAATINGA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/diver.v17i2.96939

Palavras-chave:

Contextualização, Biologia, Ensino Médio, Intervenção pedagógica, Mudas nativas, Viveiro pedagógico.

Resumo

Nesta pesquisa exploramos os resultados de intervenções pedagógicas com alunos do 2º ano do ensino médio, que incluíram aulas de campo e viveiro educador de plantas nativas da Caatinga. As aulas de campo foram realizadas no assentamento Alvaçã-Goiabeiras, Ceará, nos períodos chuvoso e seco, permitindo observar a vegetação exuberante na primeira aula e adaptações às condições de restrição hídrica na segunda expedição. A mediação colaborativa das aulas de campo, partilhada pelo professor de Biologia e o representante do assentamento, contribuíram para o alcance dos objetivos educacionais, que incluíam o (re)conhecimento e a valorização da flora da Caatinga. As atividades de construção e manutenção do viveiro educador incentivaram a cooperação entre os alunos, promoveram aprendizado prático e socialização e contaram também com a participação do professor de Física. Os envolvidos coletaram sementes, produziram e cuidaram de mudas de espécies nativas, refletindo sobre a importância da flora local. Foram estudadas 23 espécies de plantas, incluindo 21 nativas e duas exóticas, com foco na biologia das espécies e na sensibilização socioambiental. As entrevistas com os estudantes revelaram percepções sobre a importância da conservação da Caatinga e a necessidade de ações de educação ambiental mais integradas. As sugestões incluíram maior apoio da escola e a expansão do projeto para outras instituições. Os alunos reconheceram a beleza e a singularidade da Caatinga, enfatizando a necessidade de promover sua preservação. Os resultados destacam o potencial transformador da educação ambiental ao unir teoria e prática, fortalecendo o vínculo dos alunos com seu ambiente.

Biografia do Autor

Francisco Flávio Rodrigues, Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC), Santana do Acaraú, Ceará

Licenciado em Ciências Biológicas, Mestre em Ensino de Biologia em Rede PROFBIO, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Docente da Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC)

Isabel Cristina Higino Santana, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas, Mestra em Ciências Marinhas Tropicais, Doutora em Educação, Pós-Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais com ênfase na Educação Ambiental, Professora Associada da UECE, docente na Graduação em Ciências Biológicas e na Pós-Graduação no Mestrado Profissional em Rede em Ensino de Biologia - PROFBIO. Experiência na área de Ensino e Pesquisa com ênfase nas temáticas Formação de professores, Estratégias e metodologias para o ensino de ciências. Ensino e pesquisa na formação docente. Narrativas na formação docente. Líder do Grupo de pesquisa - ENCEFORD (CNPq); Membro pesquisador do grupo de Estudos e Pesquisas com Narrativas em Educação - ESCRE(VI)VER/UFBA. Membro da Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBEnBio) e da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC). Membro da Rede de Pesquisa de Educação em Ciências da UECE (REPENCI).

Andréa Pereira Silveira, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará

Bacharel em Ciências Biológicas, Mestra em Botânica, Doutora e Pós-Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais, Professora Associada da UECE, docente na Graduação em Ciências Biológicas e Pós-Graduação no Mestrado Profissional em Rede em Ensino de Biologia PROFBIO/UECE. Tem experiência na área de Pesquisa em Ecologia, Botânica e Ensino, com ênfase nos seguintes temas: Estrutura e Dinâmica de Populações e Comunidades Vegetais, Ensino de Biologia, Ensino de Ciências, Ensino de Ecologia e Ensino de Botânica.

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Publicado

2024-12-17

Como Citar

Rodrigues, F. F., Santana, I. C. H., & Silveira, A. P. (2024). EDUCAÇÃO AMBIENTAL CONTEXTUALIZADA: AULAS DE CAMPO E VIVEIRO EDUCADOR COMO ESTRATÉGIAS PARA O (RE)CONHECIMENTO DA FLORA DA CAATINGA. Divers@!, 17(2), 388–408. https://doi.org/10.5380/diver.v17i2.96939