O SILÊNCIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: UMA ANÁLISE DO EFEITO DE DESLIZAMENTO SOFRI- DO PELO TERMO NA BNCC
DOI:
https://doi.org/10.5380/diver.v14i2.83372Resumo
A temática desenvolvida neste artigo, o silenciamento da Educação Ambiental (EA) na Base Nacional Comum Curricular, é resultado parcial de uma investigação desenvolvida durante o mestrado. A metodologia que orientou aquela pesquisa foi de caráter documental e bibliográfica, com abordagemqualitativa. A mesma partiu da necessidade em saber, onde, no texto da BNCC, documento base para a reformulação dos currículos escolares, estaria contemplada a EA. A pesquisa esteve fundamentada em autores que se ocuparam em explicitar a importância da EA e autores da Análise de Discurso francesa, alguns dos quais traremos no presente artigo. Verificamos que o tema da EA, no documento normativo da BNCC, não é mencionado, ficando o mesmo restrito ao quarenta por cento de conteúdo diversificado a ser tratado nos currículos escolares de acordo promulgado na Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Por fim, se percebeu um deslizamento de sentido, como denomina a Análise do Discurso francesa, sofrido pelo termo EA nos conteúdos comuns da BNCC, produzindo um efeito de silenciamento do termo EA e sua problemática. Desse modo, o objetivo do presente artigo é apresentar tanto a análise feita do termo Educação Ambiental no texto da BNCC quanto as análises que mostram o deslizamento de sentido que o termo EA sofre nas diferentes sequencias da normativa. A questão que se coloca é saber a que sujeitos interessa o silenciamento de debates e reflexões críticas nos currículos escolares, de temáticas tão importantes e urgentes?
Palavra-chave: Base Nacional Comum Curricular; Bem Viver e Educação; Educação Ambiental Crítica.
Referências
ACOSTA, A.; BREDA, T. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Editora Elefante, 2016.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. (BNCC). Brasília: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site. pdf >.
DIAMOND, J. Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. [S. l.]: Editora Record, 2005.
CARVALHO, I. C. M.; GRUN, M.; TRAJBER, R. Pensar o ambiente: bases filosóficas para a educação ambiental. Brasília: Organização das Nações Unidas Para Educação, a Ciência e a Cultura, 2006.
DUSSEL, E. Buen Vivir. [S. l.: s. n.], 2018. Vídeo do you Tube (41min10s). Disponível em:.
FERRARI, A. J. Nomes próprios e descrição: um estudo da descrição e do nome próprio a partir da análise das descrições presentes nos anúncios de fuga de escravos publicados nos jornais de Campinas entre 1870 e 1876. Tese (Doutorado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
FERRARI, A. J. O silêncio da Dona Amélia. In: FONTANA, M. G. Z.; FERRARI, A. J. Mulheres em discurso: identificações de gênero e práticas de resistência. Campinas: Pontes, 2017. v. 1, p. 231–251.
GONÇALVES, C. W. P. Os (des) caminhos do meio ambiente. 13. ed. São Paulo: Contexto, 2005.
LOUREIRO, C. F. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
LOUREIRO, C. F.; TORRES, Juliana. Educação ambiental: Dialogando com Paulo Freire. 1. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2014.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2011.
ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: Princípios e Procedimentos. 12. ed. Campinas: Pontes, 2015.
ORLANDI, E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6. ed. Campinas: UNICAMP, 2007.
QUIJANO, A. “Bem viver”: entre o “desenvolvimento” e a “des/colonialidade” do poder. Revista da Faculdade de Direito da UFG, v. 37, n. 1, p. 46–57, 2013.
QUIJANO, A. Colonialidade do Poder e Classificação Social. In: SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. Epistemologias do sul. Coimbra: Edições ALMEDINA, 2009. v. 1.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2006.
SILVA, T. D. Educação ambiental: a educação para o consumo na sociedade da informação. Linguagem em (Dis)curso, v. 11, n. 3, p. 563–584, 2012.
TOZONI-REIS, M. F. C.; MAIA, J. S. S. Educação ambiental a várias mãos: educação escolar, currículo e políticas públicas. 1. ed. Araraquara: Junqueira & Marin, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais (copyright)
A Revista Divers@! é um periódico científico de acesso aberto e o copyright dos artigos e da entrevista pertence aos respectivos autores/entrevistados com cessão de direitos para a Divers@! no que diz respeito à inclusão do material publicado (revisado por pares) em sistemas/ferramentas de indexação, agregadores ou curadores de conteúdo.
Não serão pagos direitos autorais aos autores dos textos publicados pela revista. Os direitos autorais são do autor, no entanto, seu acesso é público e de uso gratuito.

