INTERAÇÃO AMBIENTAL COMO RESISTÊNCIA E EMANCIPAÇÃO, COM BASE NO NHANDEREKO (Bien Vivir) MBYA GUARANI

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/diver.v15i1.83351

Resumo

O Nhandereko (jeito de ser Guarani) semelhante ao Bem Viver, trata do conhecimento ancestral, próprio do povo Mbya Guarani. Equivalente à expressão Bien Vivir (BemViver) de matriz andina. O Nhandereko consiste em como esses povos organizam sua sociedade e seu modo de vida, conforme suas cosmovisões e conhecimentos ancestrais, de forma transdisciplinar. Tem como objetivo Clarificar a concepção do que se apresenta como resistência e emancipação, inserida no contexto social, ambiental e cultural. Evidenciando também, como se dá o processo de educação organizacional próprio, como superação da expressão escolaridade indígena, a qual, aponta que esse modo de organização se define como processo colonialista. O referido mapa conceitual, apresenta-se como um roteiro de como ocorre a educação indígena e de como suas propostas apresentam-se como agentes referenciais para a educação ofertada pelo estado. A abordagem foi caracterizada pela Fenomenologia de Merleau Ponty, tendo Paulo Freire, Bartolomeu Meliá, Egon Schaden, Edgar Morin e outros autores fazendo menção à Pedagogia Indígena, Ernst Cassirer promove a relação das representações simbólicas, Axel Honneth contribui com a teoria do reconhecimento e Basarab Nicolescu e Adorno entram com suas visões transdisciplinar. A pesquisas se organizou como participativa. Os procedimentos técnicos próprios da pesquisa de campo, utilizaram meios propostos pela etnografia como: diário de campo, registros gráficos, roda de conversa, entrevistas, observações, fotografias, filmagens e áudios. O apontou para a similaridade do Nhandereko com o BemViver, demonstrando um modo de vida com educação própria, resistente à colonização. Escrever o resumo.

Palavras-chave:Filosofia do Bem Viver; Conhecimento Ancestral; Pedagogia Indígena; Educação Emancipatória.

Biografia do Autor

Renata da Silva Gerhardt Pereira

Mestra no Ensino de Ciências Ambientais pela UFPR Litoral. Formada em Pedagogia pela UFPR, Pós Graduada em Psicopedagogia Institucional pela Fael, Técnica em Habilitação ao Magistério. Cursou: Educação Indígena, História Indígena, Comunicação Indígena, Conhecimentos Indígenas, Responsabilidades sobre a Educação Escolar Indígena, Instrumentos Internacionais sobre os Direitos Indígenas e Costumes Indígenas. Atua há 17 anos como voluntária do Programa Permanente de ajuda Humanitária “Mãos que Ajudam”. Atualmente exerce a função de Pedagoga como Supervisora e Orientadora Educacional em uma Escola Indígena. renata-sgp@hotmail.com

Helena Midori Kashiwagi

Graduada em Arquitetura e Urbanismo; Mestra e Doutora em Geografia, Professora Titular da UFPR Litoral, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Imobiliária e Docente Permanente do PROFCIAMB, UFPR Litoral, Matinhos /PR, Brasil. e-mail: helenamidori@ufpr.br ORCID:

Referências

ACOSTA, A. O Bem Viver. Uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Autonomia Literária;Elefante, 2016.

ADORNO, T.W. Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2012. BÂ, A. H. A tradição viva.História geral da África, v. 1, p. 167-212, 1982.

BRASIL. Ministério da educação. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Brasília: MEC, p. 165, 1998.

CADOGAN, Leon. "Ayvu Rapyta, textos míticos de los Mbyá Guarani dei Guairá" São Paulo, Boletim 227 R evista de A ntropologia, n. 5, FFLCH-USP, 1959.

CASSIRER, E. Antropologia filosófica: ensaio sobre o homem – introdução a uma filosofia da cultura humana. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1972.

CASSIRER, E. Esencia y efectodel concepto de símbolo. México: Fondo de Cultura Económica, 1975.

CASSIRER, E. A filosofia das formas simbólicas I: a linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

CHOQUEHUANCA, D. Hacia la reconstrucción del Vivir Bien. América Latina en Movimiento, ALAI, n. 452, p. 6-13, 2010. FERNANDES, F. Investigação etnológica no Brasil e outros ensaios. Vozes, 1975.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Editora Paz e Terra, 2007. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 54ª reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 2016a.

FREIRE, P. Pedagogia da Solidariedade 2. ed. Rio de Janeiro/São Pulo: Paz & Terra, 2016b.

FOSTER, George M. As culturas tradicionais e o impacto da tecnologia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962.

GERHARDT, R. S. Interação Ambiental como Resistência e Emancipação, com Base no Nhandereko (bienvivir) Mbya Guarani. 120 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Ambientais –Profciamb)– Universidade Federal do Paraná, Setor Litoral, Matinhos, 2019. Disponível em:<https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/66604/R%20%20D%20%20RENATA%20DA%20SILVA%20GERHARDT%20PEREIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

Google Maps (2019). Diponível em<https://www.google.com/maps/place/Ilha+da+Cotinga/@-25.487787,48.4704357,11z/data=!4m5!3m4!1s0x94db97617d48199d:0xaa46559b83eae108!8m2!3d-25.5268859!4d-48.4562402 > Acesso em 27 fev. 2019.

GUDYNAS, E. Buen vivir: Germinando alternativas al desarrollo.Alai – América Latina em Movimento, Quito, n. 462, p. 1-20, fev. 2011.

HONNETH, A.Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Ed.34, 2003.

JASKIW. E. F. B. O Bem Viver na escola Latino-Americana de Agroecologia. 162 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Ambientais – PROFCIAMB) – Universidade Federal do Paraná, Setor Litoral, Matinhos, 2019.

KABWASA, NsangO’Khan. O eterno retorno. O Correio da UNESCO, Ano 10, n. 12, p. 14 e 15, dez. 1982.

KEREXU, J. Cacique da Aldeia Takuaty localizada na Ilha da Cotinga. Entrevistada para a pesquisa Interação ambiental como resistência e emancipação, com base no nhandereko (bien vivir) mbya guarani. 118 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Ambientais – PROFCIAMB) – Universidade Federal do Paraná, Setor Litoral, Matinhos, 2019.

MACEDO, V. Dos cantos para o mundo. Invisibilidade, figurações da “cultura” e o se fazer ouvir nos corais guarani.Revista de Antropologia, São Paulo, v. 55, n. 1, p. 357-400, jan./jun. 2012.

MELIÁ, B. Educação indígena na escola. Cadernos CEDES [online]. 1999, v. 19, n. 49 [Acessado 29 Junho 2022]

, pp. 11-17. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-32621999000200002>. Epub 10 Out 2000. ISSN 1678-7110. https://doi.org/10.1590/S0101-32621999000200002.

MELIÁ, B. Educação indígena e alfabetização. São Paulo: Loyola, 1979.

MELIÁ, B. Elogio de La lengua guarani. Assunção: Centro de EstudiosParaguayos “AntonioGuasch”, 1995, p. 153.

MELIÁ, B. Identidad em movimientosustituciones y transformaciones.Simpósio Nacional de Ciências Humanas, v. 1, 2006.

MELIÁ, B. Pasado, presente y futuro de lalenguaguaraní. Paraguai: Ediciones Montoya, 2010.

MERLEAUPONTY, M. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MORIN, E. Ensinar a viver: manifesto para mudar a educação.Porto Alegre: Sulina, 2015.

NICOLESCU, B.O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: Trion, 2018.

NIMUENDAJÚ, C. As lendas da criação e destruição do mundo com o fundamento da religião dos Apapocuva-Guarani. São Paulo: Hucitec-Edusp, 1987.

OLIVEIRA, R.C. O Trabalho do Antropólogo. 2. ed. Editora UNESP, n. 37, p. 14-35, 2000.

PAJÉ Isulina. Pajé da aldeia Pindoty localizada na Ilha da Cotinga.Entrevistada para a pesquisa Interação ambiental como resistência e emancipação, com base no nhandereko (bien vivir) mbya guarani. 118 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Ambientais – PROFCIAMB) – Universidade Federal do Paraná, Setor Litoral, Matinhos, 2019.

RIBEIRO, D. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil moderno. São Paulo: Companhia das letras, 2005.

SCHADEN, Egon. Aspectos fundamentais da cultura guarani. 3 a ed., São Paulo: E.P.U./Edusp, 1974.

SCHADEN, E. Educação indígena. Problemas Brasileiros, v. 14, n. 152, p. 23-32, 1976.

Downloads

Publicado

2022-07-21

Como Citar

da Silva Gerhardt Pereira, R., & Kashiwagi, H. M. (2022). INTERAÇÃO AMBIENTAL COMO RESISTÊNCIA E EMANCIPAÇÃO, COM BASE NO NHANDEREKO (Bien Vivir) MBYA GUARANI. Divers@!, 15(1), 90–112. https://doi.org/10.5380/diver.v15i1.83351

Edição

Seção

Artigos