DAS ESTRELAS QUE NÃO VEMOS: CONCEITO, FEMINISMO E POLUIÇÃO LUMINOSA

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DOI:

https://doi.org/10.5380/diver.v14i2.83290

Resumo

O presente artigo visa debater sobre os caminhos epistemológicos do feminismo, pensando a palavra, os conceitos e significados que circundam a ideia de feminismo. Considerando que o feminismo, ao longo do tempo, foi sendo definido a partir de práticas hegemônicas e reproduzindo racionalidades, é muito importante pensar a partir de outras perspectivas. Dessa forma, como movimento educador, muitas vezes reproduz as lógicas de dominação que se entrecruzam e retroalimentam, como a lógica do capital, patriarcal e da colonialidade, o que se caracteriza pela ideia que centra o movimento feminista na experiência datada de mulheres europeias, que embora tenham sido importantes para o movimento e a teoria feminista, não são o centro da luta das mulheres. Nesse sentido, é de suma importância olhar para o céu feminista como um céu que contém estrelas que, embora existam e (re)existam, são postas à margem do firmamento, na sua historicidade, prática e conceituação. Assim, as estrelas que não enxergamos nesse céu são avistadas a partir da reflexão sobre conceito, feminismo e poluição luminosa, categorias, aqui, atravessadas pela perspectiva decolonial, na busca de compreender o feminismo além de parâmetros hegemônicos e de perceber na experiência de mulheres do Sul uma agência de luta e movimento histórico.

Palavras-chave: Educação; Feminismo; Decolonialidade.

Biografia do Autor

Jamile Wayne Ferreira, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Doutoranda em Educação. Pesquisadora na área de educação, gênero e decolonialidade. Educadora Popular.

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Publicado

30-12-2021

Como Citar

Ferreira, J. W. (2021). DAS ESTRELAS QUE NÃO VEMOS: CONCEITO, FEMINISMO E POLUIÇÃO LUMINOSA. Divers@!, 14(2), 166–176. https://doi.org/10.5380/diver.v14i2.83290

Edição

Seção

Dossiê