PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ATENÇÃO BÁSICA: QUAL O CONHECIMENTO, ACEITAÇÃO E INTERESSE DOS USUÁRIOS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO RS?
DOI:
https://doi.org/10.5380/diver.v12i1.60933Resumo
O uso de práticas integrativas e complementares é reconhecido como recurso terapêutico curativo e paliativo, contribuindo na melhoria da qualidade de vida da população. A OMS sempre demonstrou importância no uso destas práticas. Por isso em 2006, no Brasil, é criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) que, por meio de três portarias inclui 29 práticas para o SUS. O objetivo do estudo foi identificar qual o conhecimento, aceitação e interesse dos usuários do SUS pelas PICs no município de Santa Cruz do Sul, RS. A coleta de dados ocorreu no período de março a maio/18 e participaram da pesquisa usuários de 18 Estratégias Saúde da Família e 2 Unidades Básicas de Saúde, totalizando 274 questionários respondidos. Do total de entrevistados, 233 (85%) já ouviram falar sobre as PICs e 111 usuários (40,5%) já as utilizaram em algum momento; 261 (95,3%) acreditam que as PICs possam contribuir com o atendimento dos serviços; 264 (96,4%) reconhecem as PICs como práticas de prevenção e promoção da saúde; 255 (93,1%) tiveram interesse na implementação destas práticas no SUS. A associação entre as variáveis conhecer e utilizar as PICs; conhecer e ter interesse na implementação das PICs no SUS foi significativa (p<0,05). Estes resultados permitem concluir que muitos desejam que estas práticas sejam implementadas no SUS, tornando-se necessário o interesse e planejamento da gestão pública na inclusão destas práticas nos serviços de saúde do município, com intuito de promover e prevenir a saúde da população.
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