Media criminology and the campaign “Crack, nem pensar”: Reflecting on a lack of thought

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5380/rfdufpr.v64i1.62382

Keywords:

Criminology. Criminal policy. Drugs. Media.

Abstract

Any criminological approach that seeks to reflect on the media must have, among its central concerns, the processes that capitalize such media through the images they propagate in the elaboration of their social constructions. In this regard, perhaps the field of criminal drug policy is one of the most privileged, especially since the analysis of the mounting of the figures associated with the users of certain illicit drugs, as well as with the selective control mechanisms that fall within them. In order to do so, we aim to understand the campaign called “Crack, nem pensar”, presented by the RBS Media Group in 2009, as representative of the enormous symbolic force and the impact that such platforms can bring to the prohibitionist demands. The effects of social exclusion and demonization of certain social groups that are set forth as targets of the play, in a frank moral crusade of drug war, are evident, despite the scientific, more accurate studies on the bankruptcy of such policy.

Author Biographies

Guilherme Michelotto Böes, Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS)

Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Ciências Criminais, Integrante do Grupo de Pesquisa cadastrado no CNPq "Criminologia, Cultura Punitiva e Crítica Filosófica".

Augusto Jobim do Amaral, Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais PUCRS e da Escola de Direito da PUCRS.

Doutor em Altos Estudos Contemporâneos (Ciência Política, História das Ideias e Estudos Internacionais Comparativos) pela Universidade de Coimbra (Portugal); Doutor, Mestre e Especialista em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Entre os anos de 2017-2018 realizou estudos de Pós-Doutorado na Universidad de Málaga (UMA/España), na área de "Teoría y Filosofía del Derecho", junto à "Cátedra Abierta de Derecho y Literatura". Atualmente, é Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais (linha de "Criminologia, Crime e Segurança Pública") e do Programa de Pós-Gradução em Filosofia, ambos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS); lidera o Grupo de Pesquisa cadastrado no CNPq "Criminologia, Cultura Punitiva e Crítica Filosófica". Pesquisador-convidado do Ius Gentium Conimbrigae (IGC) - Centro de Direitos Humanos da Universidade de Coimbra, tendo experiência na área de Criminologia, Direito, Filosofia Política e História das Ideias, com ênfase em temas como biopolítica, cultura penal, violência punitiva, direitos humanos, controle social e segurança pública; direito penal e processo penal.

References

ALEXANDER, Michelle. El color de la justicia: la nueva segregación racial en Estados Unidos. Traducción Carmen Valle y Ethel Odriozola. New York: The New Press, 2017.

ALVES, Marcelo Mayora. Entre a cultura do controle e o controle cultural: um estudo sobre as práticas tóxicas na cidade de Porto Alegre (Coleção Criminologias: discurso para a academia). Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Pelas mãos da criminologia: o controle penal para além da (des)ilusão. Rio de Janeiro: Revan, 2012.

AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de. Sociologia da administração da Justiça. In: LIMA, Renato Sérgio de; RATTON, José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de (org.). Crime, segurança e justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.

BARAK, Gregg. Newsmaking criminology: reflections of the media, intellectuals, and crime. Justice Quartely, vol. 5, no. 4, 1988.

BARASCUT, Paul. Violências midiáticas. In: Revista Famecos: Mídia e violência do imaginário, Porto Alegre, n. 29, 2006, p. 135-138.

BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal: introdução à sociologia do direito penal. Tradução Juarez Cirino dos Santos. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan/ICC, 2002.

BASTOS, Francisco Inácio; BERTONI, Neilane (org.). Pesquisa Nacional sobre o Uso de Crack: quem são os usuários de crack e/ou similares do Brasil? Quantos são nas capitais brasileiras? Rio de Janeiro: ICICT/FIOCRUZ, 2014.

BATISTA, Nilo. Mídia e sistema penal no capitalismo tardio. In: Revista Discursos Sediciosos. V. 12. Rio de Janeiro: Revan, 2002. Disponível em: http://bit.ly/2VSkGf5. Acesso em: 10 dez. 2018.

BATISTA, Vera Malaguti. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

BAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar da Pós-Modernidade. Tradução Mauro Gama e Cláudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

BIRMAN, Joel. Mal-estar na atualidade: a psicanálise e as novas formas de subjetivação. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2007.

BOITEUX, Luciana. Drogas e cárcere: repressão às drogas, aumento da população penitenciária brasileira e alternativas. In: SHECAIRA, Sérgio Salomão (org.) Drogas. Uma nova perspectiva (Monografias; 66). São Paulo: IBCCRIM, 2014.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

BROWNSTEIN, Henry H. The Media and the Construction of Randon Drug Violence. In: FERREL, Jeff; SANDER, Clinton (ed.). Toward Cultural Criminology. Lebanon: Northeastern University Press, 1995. p. 45-79.

BUDÓ, Marília. Velhas e novas mídias: estratégias de acesso da crítica criminológica ao discurso público sobre o crime. Panóptica, vol. 11, n. 2, p. 471-501, jul./dez. 2016.

BUSTOS RAMÍREZ, Juan. Coca-Cocaína: entre el derecho y la guerra. Bogotá: Temis, 1996.

CARVALHO, Salo de. O papel dos atores do sistema penal na era do punitivismo: o exemplo privilegiado da aplicação da pena. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

COHEN, Stanley. Folk Devils and Moral Panics: the creation of the mods and rockers. 3rd. ed. London: Routledge, 2002.

CONTRERA, Malena Segura. Mídia e pânico: saturação da informação, violência e crise cultural na mídia. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2002.

DOMANICO, Andrea. “Craqueiros e cracados: bem vindo ao mundo dos nóias!” Estudo sobre a implementação de estratégias de redução de danos para usuários de crack nos cinco projetos-piloto do Brasil. 2006. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006.

DUALIBI, Lígia Bonacim; RIBEIRO, Marcelo; LARANJEIRA, Ronaldo. Perfil dos usuários de cocaína e crack no Brasil. Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD). Departamento de Psiquiatria. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 2007. Disponível em: http://bit.ly/2UEQKGO. Acesso em: 1 jul. 2018.

ESCOHOTADO, Antonio. Aprendiendo de las drogas: usos y abusos, prejuicios y desafios. Barcelona: Anagrama, 1995.

EUROPEAN MONITORING CENTER FOR DRUGS ADDICTION (EMCDDA). 2010 Annual report on the state of drugs problem in Europe. Lisboa, novembro 2010. Disponível em: http://bit.ly/2VWDxWB. Acesso em: 1 jul. 2018.

FERRELL, Jeff; HAYWARD, Keith; YOUNG, Jock. Cultural Criminology: an invitation. London: Sage, 2008.

GARLAND, David. A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade contemporânea. Tradução André Nascimento. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

GIRARD, René. O bode expiatório. São Paulo: Paulus, 2004.

GONZÁLEZ ZORRILA, Carlos. Drogas y cuestión criminal. In: El Pensamiento Criminológico II - Estado y control. Bogotá: Temis, 1983. p. 179-220.

GUILHON, Orlando José Ferreira. Comunicação pública e violência urbana. In: NEPOMUCENO, Carlos; ROCHA, José Carlos; GUILHON, Orlando José Ferreira; SANTOS, Tião (org.). Mídia e violência urbana no Brasil. Brasília: UNESCO/Viva Rio, 2007. p. 37-62.

HARCOURT, Bernard. Illusion of Order: The False Promise of Broken Windows Policing. Cambridge: Harvard University Press, 2004.

HART, Carl. Um preço muito alto: a jornada de um neurocientista que desafia nossa visão sobre as drogas. Tradução Clóvis Marques. 1. ed. – Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

HOUDAYER, Hélène. Droga e publicidade: uma visão simbólica. In: Revista Famecos: Mídia e violência do imaginário, Porto Alegre, n. 29, 2006, p. 99-106.

INÁCIO, Mariana Secorun. Crack e o conflito com a lei: análise das decisões proferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul pelo ano de 2008. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências Criminais) – Faculdade de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

INSTITUTO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS CRIMINAIS (IBCCRIM). Boletim, São Paulo, ano 18, n. 12 – julho de 2010.

KARAM, Maria Lúcia. Proibições, Riscos, Danos e Enganos: as Drogas Tornadas Ilícitas. Escritos sobre a Liberdade. Vol. 3. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.

MILLS, Wright. A Nova Classe Média [White Collar]. 2. ed. Tradução Vera Borda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1976.

OLMO, Rosa del. La Cara Oculta de la Droga. Bogotá: Temis, 1998.

PETUCO, Denis Roberto da Silva. Entre imagens e a palavra: o discurso de uma campanha de prevenção ao crack. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2011.

PINTO NETO, Moysés da Fontoura. O rosto do inimigo: um convite à desconstrução do direito penal do inimigo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012.

ROSA, Pablo Ornelas. Drogas. In: CARLEN, Pat; FRANÇA, Leandro Ayres (org.). Criminologias Alternativas. Porto Alegre: Canal Ciências Criminais, 2017. p. 259-270.

SODRÉ, Muniz. Sociedade, mídia e violência. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2006.

THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Petrópolis: Vozes, 1995.

TÜRCKE, Christoph. Sociedade excitada: filosofia da sensação. Tradução Antonio A. S. Zuin, Fabio A. Durão, Francisco C. Fontanella e Mario Frungillo. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.

VALOIS, Luís Carlos. O direito penal das drogas. Belo Horizonte: D’Plácido, 2017.

WACQUANT, Loïc. As duas faces do gueto. São Paulo: Boitempo, 2008.

XIBERRAS, Martine. Mídia e violência do imaginário. In: Revista Famecos: Mídia e violência do imaginário, Porto Alegre, n. 29, 2006, p. 87-98.

YOUNG, Jock. A sociedade excludente: exclusão social, criminalidade e diferença na modernidade recente. Tradução Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Revan, 2002.

ZAFFARONI, Eugene Raul. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. Tradução Vania Romano Pedrosa e Almir Lopez da Conceição. Rio de Janeiro: Revan, 1991.

ZAFFARONI, Eugene Raul. La palabra de los muertos. Conferencias de criminología cautelar. Buenos Aires: Ediar, 2011.

ZERO HORA (Jornal). Porto Alegre. Edição de 30.05.2009a.

ZERO HORA (Jornal). Porto Alegre. Edição de 31.05.2009b.

ZERO HORA (Jornal). Porto Alegre. Edição de 02.07.2009c.

ZERO HORA (Jornal). Porto Alegre. Edição de 30.07.2009d.

ZERO HORA (Jornal). Porto Alegre. Edição de 20.12.2009e.

ZERO HORA (Jornal). Porto Alegre. Edição de 15.11.2009f.

ZERO HORA (Jornal). Porto Alegre. Edição de 23.10.2011.

Published

2019-04-30

How to Cite

Böes, G. M., & Amaral, A. J. do. (2019). Media criminology and the campaign “Crack, nem pensar”: Reflecting on a lack of thought. Revista Da Faculdade De Direito UFPR, 64(1), 63–95. https://doi.org/10.5380/rfdufpr.v64i1.62382

Issue

Section

Artigos