Fatores que condicionam a utilização do acesso vascular intraósseo pelos enfermeiros do serviço de urgência

Autores

Palavras-chave:

Enfermagem, Infusões Intraósseas, Serviços Médicos de Emergência, Dispositivos de Acesso Vascular, Treinamento por Simulação

Resumo

Objetivo: Avaliar as percepções, as experiências de formação e os desafios enfrentados pelos enfermeiros de emergência relativamente à implementação do acesso vascular intraósseo em Portugal.

Método: Estudo transversal e descritivo, com amostragem de conveniência, realizado em maio de 2024 num hospital médico-cirúrgico do norte de Portugal. Os dados foram coletados por questionário estruturado e analisados com estatística descritiva e inferencial (Kolmogorov-Smirnov; Shapiro-Wilk teste exato de Fisher e a correlação bisserial pontual, p < 0,05, seguindo as diretrizes STROBE).

Resultados: Apenas 14,5% tinham experiência prática com acesso vascular intraósseo. Após falha do acesso periférico, predominou a cateterização venosa central. As principais barreiras foram falta de formação (90,8%) e insegurança técnica (67,1%). A formação baseada em simulação associou-se à avaliação mais positiva do procedimento (p = 0,012).

Conclusão: Os resultados reforçam a necessidade de programas de formação em simulação e de protocolos institucionais atualizados para aumentar a competência dos enfermeiros e promover a adoção do acesso vascular intraósseo em serviços de emergência, alinhando a prática às recomendações internacionais.

Biografia do Autor

Pedro Miguel Ferreira Azevedo Fernandes, Unidade Local de Saúde do Alto Ave, Serviço de Urgência, Guimarães, Portugal. 

Enfermeiro Especialista. Mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica: Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica. Unidade Local de Saúde do Alto Ave, Serviço de Urgência, Guimarães, Portugal. 

Joaquim Filipe Ferreira Azevedo Fernandes, Instituto Politécnico de Saúde do Norte

Professor Adjunto. Doutorando em Ciências de Enfermagem na Universidade Católica Portuguesa. Instituto Politécnico de Saúde do Norte, Departamento de Ciências da Saúde; IA&Saúde - Unidade de Investigação em Inteligência Artificial e Saúde, Instituto Politécnico de Saúde do Norte, CESPU, Vila Nova de Famalicão, Portugal.

Tiago Rafael Alves, Instituto Politécnico de Saúde do Norte

Professor Adjunto. Doutorando em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto. Mestre em Evidência e Decisão em Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Instituto Politécnico de Saúde do Norte, Departamento de Ciências da Saúde; IA&Saúde - Unidade de Investigação em Inteligência Artificial e Saúde, Instituto Politécnico de Saúde do Norte, CESPU, Vila Nova de Famalicão, Portugal.

Anabela Sofia Barroso Costa Moreira, Unidade Local de Saúde do Alto Ave

Enfermeira anestesista. Licenciada em Enfermagem. Unidade Local de Saúde do Alto Ave,  Guimarães, Portugal. 

Luís Carlos Nogueira de Oliveira, Unidade Local de Saúde do Alto Ave

Enfermeiro especialista. Mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica: Pessoa em Situação Crítica. Unidade Local de Saúde do Alto Ave, Guimarães, Portugal.

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Publicado

22-10-2025

Como Citar

Fernandes, P. M. F. A., Fernandes, J. F. F. A., Alves, T. R., Moreira, A. S. B. C., & de Oliveira, L. C. N. (2025). Fatores que condicionam a utilização do acesso vascular intraósseo pelos enfermeiros do serviço de urgência. Cogitare Enfermagem, 30. Recuperado de https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/99770

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Artigo Original