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O DOENTE CONFUSO E A AÇÃO DE ENFERMAGEM, EM MEIO HOSPITALAR

Paulo Alexandre Oliveira Marques, Paulino Sousa, Abel Silva

Resumo


Este resumo deriva de tese centrada no domínio do doente com ‘confusão’. Emergiu de um processo de investigação-ação desenvolvido em uma unidade de doentes agudos do foro médico, entre 2007 a 2010,  no Hospital Pedro Hispano -Portugal, onde se concretizou um percurso de mudança. Caracterizou-se como pesquisa exploratória, descritiva e correlacional cujos objetivos foram: identificar um modelo de cuidados que suportasse a ação e a gestão do doente confuso, pelos enfermeiros; identificar a utilidade clínica do foco ‘confusão’ para os enfermeiros; identificar as condições do doente que interferiam na conceção de cuidados de enfermagem ao doente confuso; identificar as intervenções de enfermagem que se mostravam mais adequadas para lidar com o doente confuso; e identificar os fatores que interferiram com o processo de mudança na estrutura e nos conteúdos que suportam e consubstanciam os cuidados a esses doentes. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas a 19 enfermeiros, análise de documentação e observação participante, e submetidos à análise iterativa. Esta investigação teve por base a adoção de um paradigma construtivista para gerar uma Teoria Fundamentada nos Dados explicativa da mudança na assistência ao doente confuso. O refinamento diagnóstico, com a introdução da Escala de Confusão Neecham; a consideração de condições como o status funcional e a resposta comportamental, que influem na identificação de problemas co-relacionados, como por exemplo, risco de queda; e a implementação de intervenções, como a Orientação para a Realidade e a Terapia de Validação, alicerçadas numa estrutura de apoio à decisão clínica dos enfermeiros, tradutoras de mudanças nas práticas de cuidados, teve impacto positivo sobre os doentes: a) melhoria objetiva na qualidade do diagnóstico; b) consciencialização da natureza das intervenções mobilizáveis para lidar com a ‘confusão’ do doente, muito para além do que existia; c) quantidade e qualidade dos itens de informação (representação na documentação) muito superior; d) definição de um modelo de abordagem a diferentes tipos de doentes com ‘confusão’; e em termos de validação, e) as intervenções que contribuíram para ganhos em saúde; f) capacidade do modelo para interferir positivamente na prevenção da queda; e g) opinião positiva dos enfermeiros relativamente ao sistema.

Palavras-chave


Confusão; Técnicas de apoio para a decisão; Enfermagem

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v17i3.29299