Etnografia e imigração palestina no Brasil: notas sobre um itinerário de pesquisa e seus incômodos necessários
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v26i(1).91300Palavras-chave:
palestinos, etnografiaResumo
Como encontramos e tecemos a interlocução em campo com imigrantes e filhos de imigrantes palestinos? Quais as questões que priorizamos e o quanto isso reflete nossa capacidade de compreensão sobre quadros mais amplos e internacionais que os imigrantes percorrem ou já percorreram? A experiência etnográfica não é somente o que se passa em campo, mas uma exigente prática de leitura, filtragem de informações públicas, posicionamento sobre tensões políticas e compreensões sobre colonialismo e o orientalismo que atravessa nossos aprendizados sobre trajetórias de palestinos no mundo.
Esse artigo experimenta o questionamento sobre as imigrações de origem árabe de hoje e de ontem. Situo essas reflexões como parte constitutiva da experiência de etnografia com palestinos no extremo sul do Brasil. As condições de entrada em trabalho de campo e o desenvolvimento de uma etnografia exigem aprendizados importantes. Demonstro que é necessária uma leitura sobre o estado da arte sobre as imigrações árabes, como vem sendo pensadas no período do início do século XX e XXI. Inicio tratando do paradigma da “mascateação” e as ilusões que essa abordagem revela. Me interessa fazer apontamentos sobre o modo como, a partir da experiência etnográfica, lidamos com a “cultura” ou “diáspora” palestina em nossos trabalhos de campo no Brasil. Trata-se de apontar que a etnografia percorre alguns “incômodos” necessários com a produção de histórias amplas e únicas que reiteram o orientalismo e desconsideram o colonialismo como algo que atravessa palestinos e desafia a própria etnografia sobre a imigração e/ou diáspora palestina.
Publicado
Versões
- 2025-08-21 (2)
- 2025-08-21 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1 Autores mantém os direitos autorais com o trabalho publicado sob a Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
2 Autores têm autorização para distribuição, da versão do trabalho publicada nesta revista, em repositório institucional, temático, bases de dados e similares com reconhecimento da publicação inicial nesta revista;
3 Os trabalhos publicados nesta revista serão indexados em bases de dados, repositórios, portais, diretórios e outras fontes em que a revista está e vier a estar indexada.
