Antropologizando a cartografia afetiva: práticas de cuidado como formas de resistência e re-existência
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v23i1.82132Palavras-chave:
antropologia, cartografia afetiva, cuidado, territorialidade, bem viverResumo
A cartografia afetiva é uma metodologia recém arquitetada desde uma abordagem transdisciplinar, que estabelece uma ponte entre os conhecimentos de diversas áreas das ciências humanas na tentativa de suprir as demandas evidenciadas pela chamada crise epistemológica. Nossa proposta é utilizar a cartografia afetiva a partir das lentes da antropologia, realçando as práticas de cuidado como centrais para o bem viver, de maneira que inclua os seres não humanos na conformação de uma circularidade do cuidado. Faremos uma relação entre a antropologia e a arte, tendo em vista a cartografia como uma expressão artística que se constrói com base nos encontros e nos afetos produzidos nos processos de territorialização. Consideramos que há uma relação intrínseca entre os corpos-territórios que são afetados pelas dinâmicas multisensoriais e por conflitos que se dão pela extrema valorização da ética positivista, desse ponto surgem ações de resistência que ressignificam a própria existência através do cuidado.
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