Vila Maria Zélia, memórias, imagens e produção de um lugar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/cra.v23i1.79360

Palavras-chave:

Antropologia Visual, Antropologia Urbana, imagem, memória

Resumo

A ideia que nos mobiliza neste artigo é a da possibilidade de compartilhar uma reflexão sobre a relação entre narrativas da memória na produção de um espaço a partir da construção de um campo etnográfico agenciado por imagens. A experiência etnográfica e a reflexão que trazemos aqui partem de três instâncias: um espetáculo de dança, uma oficina de fotografia e desenho e a construção de um filme documentário articulados em uma situação etnográfica explicitada na tensão da negociação de uso das ruínas da “Escola de Meninas” da Vila Maria Zélia, na cidade de São Paulo. Essas instâncias se emaranham e possibilitam falar sobre como distintas experiências de passado, presente e, consequentemente, futuro produzem diferentes memórias de um lugar.

Biografia do Autor

Andréa Barbosa, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Antropóloga, Professora Associada do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP, Andréa é mestre em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ (1994) e doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo/USP (2003). Pesquisadora do Grupo de Antropologia Visual da USP desde 1996 onde participou de 3 projetos temáticos da FAPESP e realizou Pós-doutorado sobre as relações entre imagem, memória e experiência urbana. Integra a equipe editorial da Revisa GIS – Gesto Imagem e Som da USP desde sua criação. Na UNIFESP, coordena desde 2007 o VISURB- Grupo de Estudos Visuais e Urbanos. Foi membro das comissões de Antropologia Visual da ABA-Associação Brasileira de Antropologia, da Comissão de audiovisual da ANPOCS. É autora dos livros São Paulo Cidade Azul (Alameda/FAPESP, 2012) e Antropologia e Imagem (Zahar, 2006); é organizadora e autora dos Livros A Experiência da Imagem na Etnografia (Terceiro Nome, 2016), Ciências Sociais em Diálogo (Ed. UNIFESP, 2014), Imagem-conhecimento (Papirus, 2009), Escrituras da Imagem (EDUSP, 2004). Dirigiu os documentários  O resto é o dia a dia (2001, Prêmio Realidade Brasileira no Festival de Cinema Universitário do Rio de Janeiro), No canto dos olhos (2006), Em(si)mesma (2006, Prêmio da Associação Brasileira de Documentaristas no Festival Internacional do filme Etnográfico), Caminhos da Memória: Miriam Moreira Leite (2007) e Pimentas nos olhos (2015). Em 2015, atuou como Visiting Scholar na SAME- School of Anthropology & Museum Ethnography, Oxford University. 
Desenvolve pesquisas nas áreas de Antropologia Visual e Antropologia Urbana

Fernando Monteiro Camargo, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Doutorando em Ciências Sociais na UNICAMP, Mestre em Ciências Sociais pela Unifesp, tenho especialização em Gestão Cultural pelo SENAC e sou Graduado em Ciências Sociais pela PUC de Campinas. Participo do grupo de Pesquisas Visuais e Urbanas (VISURB) coordenado pela Profa. Dra Andréa Barbosa na UNIFESP. De 2014 a 2016 fui membro da Comissão Editorial da Pensata – Revista dos Alunos de Pós Graduação em Ciências Sociais da Unifesp. Atuo na pesquisa, elaboração, desenvolvimento e realização de projetos nas áreas sociais, educacionais e culturais. Tenho experiência na área de Antropologia Urbana, Antropologia Visual, Patrimônio Cultural e Memória. Atualmente, tenho interesse principalmente nas relações entre: experimentações etnográficas, etnografia, escrita e imagem, desenho e fotografia, humanos e não-humanos, espacialidades e temporalidades.

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Publicado

2022-06-30

Como Citar

Barbosa, A., & Camargo, F. M. (2022). Vila Maria Zélia, memórias, imagens e produção de um lugar. Campos - Revista De Antropologia, 23(1), 143–171. https://doi.org/10.5380/cra.v23i1.79360

Edição

Seção

Artigos