O mundo dos projetos socioambientais visto pelas mulheres indígenas. Para repensar o ecofeminismo com o caso dos Mẽbêngôkre -Xikrtin da Terra Indígena Trincheira Bacajá (TITB, Pará, Brasil).
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v19i1.61208Palabras clave:
Xikrin, Feminismo, projetos socioambientais, socioespacialidade, relação de gêneroResumen
Partindo do caso dos Xikrin da Terra Indigena Trincheira Bacajá no contexto atual, o objetivo deste artigo é o de pensar transversalmente as teorias feministas e ecofeministas em contraponto com as teorias antropológicas recentes através do tema “ecologia” e mais especificamente o tema dos projetos socioambientais. Interessa-nos refletir sobre como as mulheres Xikrin e suas participações em projetos socioambientais poderiam desconstruir a dicotomia natureza versus cultura segundo a concepção ocidental, mas, também, como permitiriam repensar as relações de gênero, a partir de uma análise socioespacial das atividades produtivas nas suas dimensões econômica, política e ontológica. Em outras palavras, trata-se de perguntar se o caso Mẽbêngôkre pode ser explicado com as teorias feministas e ecofeministas ou não, em que medidas estas teorias ajudam em entender (ou não) o processo de mobilização das mulheres.
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