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História de vida como história do mundo - Walter Benjamin reescreve A Crônica da Rua dos Pardais, de Wilhelm Raabe

Detlev Schöttker

Resumo


PARTE DO PREÂMBULO AO ARTIGO:

O presente artigo mostra de modo sutil como o fato aparentemente secundário e muitas vezes esquecido de que um autor tenha atuado ele mesmo como tradutor pode determinar o próprio modo de apropriação do acervo da tradição literária, sobretudo por parte de um escritor moderno. De fato, é graças também à experiência de traduzir a obra de Marcel Proust em colaboração com Franz Hessel que Walter Benjamin se torna cada vez mais consciente de seu método da incorporação velada da obra de escritores do passado. Trata-se certamente de uma espécie de memória interna da literatura que opera, tanto na obra das Passagens, quanto na Crônica Berlinense e na Infância em Berlim por volta de 1900, com a apropriação benjaminiana de elementos, entre outros,  da obra de Wilhelm Raabe, A Crônica da Rua dos Pardais, uma obra considerada por Otto Maria Carpeaux como verdadeiro idílio urbano alemão - uma evidente contradição em termos, naturalmente. Em tempos de uma pós-modernidade que se apresenta como renovada e insistentemente tardia, é urgente o exame de tais sutis mecanismos de reescrita e reelaboração literária para desvendar seu nexo com operações de caráter  fundamentalmente translatício.


Palavras-chave


Walter Benjamin; Wilhelm Raabe; reescrita

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v95i0.48944