DIAGNÓSTICO MOLECULAR DA RESISTÊNCIA DE HAEMONCHUS CONTORTUS AO GRUPO DOS BENZIMIDAZÓIS EM OVINOS E CAPRINOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.5380/avs.v26i3.79112Palavras-chave:
biotechnologia, helmintos, PCR, pequenos ruminantes, resistência anti-helmínticaResumo
Ovinos e caprinos sofrem grande prejuízo clínico provocados pela alta prevalência de parasitos gastrintestinais, principalmente pelo nematoda Haemonchus contortus. Este parasito causa alta morbidade e mortalidade, entretanto, o uso indiscriminado de fármacos para seu controle tem provocado a seleção de populações resistentes. O diagnóstico molecular da resistência ao grupo dos benzimidazóis (BZs) é muito importante para indicar estratégias substitutivas de manejo e controle. O objetivo
deste estudo foi determinar pela primeira vez, a presença da mutação na posição F200Y do isotipo 1 do gene da beta-tubulina, em sete populações de H. contortus de ovinos e caprinos no estado de Pernambuco, Brasil. Amostras de DNA foram extraídas de 20 machos adultos, obtidos de animais naturalmente parasitados, em propriedades de Recife, Sairé, Camocim de São Félix, Gameleira, Moreno, Bonito e Serra Talhada. Os iniciadores forward: 5’ AAT GCT ACC CTT TCC GTC CAT C 3’ e reverse: 5’ CAA AAC CGGCA TGA AGA AG 3’ foram utilizados para a pesquisa da principal mutação no gene da beta-tubulina, para determinar a resistência ao grupo dos BZs. Os iniciadores NC1/ITS-2, forward: 5’ ACG TCT GGT TCA GGG TTG TT 3’ e reverse: 5’ TTA GTT TCT TTT CCT CCG CT 3’ foram usados para a confirmação de H. contortus. Um questionário foi utilizado para obtenção de informações sobre práticas de manejo, incluindo a frequência de uso dos BZs. As sequencias NC1/ITS-2 confirmaram a presença de H. contortus em todas as populações. A mutação F200Y responsável pela resistência (TTC/TAC) de H. contortus ao BZ, foi encontrada na amostra proveniente de Sairé, sendo que a proporção do códon TTC variou entre 55.6 a 85.7%. Relativo ao questionário, todos os produtores revelaram ausência de quarentena para os animais recém-adquiridos; alta frequência de aplicação de anti-helmínticos (60 em 60 dias); tratamento de todo o rebanho; estimativa visual do peso dos animais para cálculo da dosagem do medicamento; e alta rotação de antihelmínticos. Foi relatado ainda, a carência de assistência técnica especializada, sem exame rotineiro de fezes nos animais. Muito embora, todos estes fatores possam ser fundamentais para aumentar a pressão de seleção parasitária, não foi possível determinar qual deles poderia representar um ou mais fatores de risco, devido ao grande número de variáveis e o baixo número de respondentes. Esta é sem dúvida uma grande dificuldade para correlacionar os dados fenotípicos de eficácia (ex. TRCOF), com os marcadores genotípicos (ex. PCR) de resistência em helmintos. Foram incluídos os fatores de risco relatados por criadores de Pernambuco e sua influência nos processos de seleção anti-helmíntica, assim como estratégias para mitigar esta situação. Os dados apresentados são o primeiro registro molecular da mutação F200Y que confere resistência ao grupo dos BZs em pequenos ruminantes no estado de Pernambuco, Brasil.
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