DETECÇÃO HISTOPATOLÓGICA DE CISTOS DE Sarcocystis spp. EM MUSCULATURA DE UM QUATI (Nasua nasua) – RELATO DE CASO

Autores

  • Vinicius Dahm Universidade Federal do Paraná
  • Arthur Colombari Cheng Universidade Federal do Paraná
  • Karim Cristhine Pase Montagnini Universidade Federal do Paraná
  • Juliana Das Chagas Goulart Universidade Federal do Paraná
  • Carolina Fontana Universidade Federal do Paraná
  • Hidemi Kelly Nishimura Universidade Federal do Paraná
  • Ronaldo José Piccoli Universidade Federal do Paraná
  • Aline de Marco Viott Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76751

Palavras-chave:

animais silvestres, hospedeiro intermediário, zoonose

Resumo

Sarcocystis spp. são protozoários do filo Apicomplexa que podem infectar diversas espécies, incluindo o homem, e dependendo da espécie do parasito em questão, os seres humanos podem atuar tanto como hospedeiros intermediários quanto definitivos. Quanto aos hospedeiros intermediários, os silvestres também se destacam, como primatas e mamíferos herbívoros, sendo que estes apresentam cistos do protozoário em sua musculatura. Carnívoros e onívoros atuam como hospedeiros definitivos e contaminam-se ingerindo os cistos presentes na musculatura de animais infectados (FAYER; ESPOSITO; DUBEY, 2015). Além disso, a espécie S. neurona possui grande importância na equideocultura, visto que estes animais podem desenvolver uma neuropatia conhecida como mieloencefalite protozoária equina, sendo o Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) o principal hospedeiro definitivo desta espécie e a fonte de infecção para estes animais na América do Sul (ESTEVAM, 2017). O Quati-de-cauda-anelada (Nasua nasua), devido a sua proximidade com os gambás, podem se contaminar ingerindo os oocistos presentes nas fezes dos marsupiais, podendo atuar como hospedeiros intermediários da doença. Diante disso, relata-se um caso de Sarcocystis spp. em Quati-de-cauda-anelada diagnosticado no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina. Um quati, fêmea, foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR, Setor Palotina, com histórico de atropelamento e veio a óbito, sendo encaminhado ao LPV para exame necroscópico. Na macroscopia, observou-se áreas multifocais de moderada hemorragia em musculatura de membro pélvico esquerdo possivelmente decorrentes do trauma. Na microscopia, observou-se moderada quantidade de estruturas parasitárias císticas de tamanhos variáveis, com uma cápsula eosinofílica contendo inúmeros esporozoítos, sendo compatíveis com cistos de Sarcocystis spp. Próximo aos cistos parasitários, notou-se moderado aumento da eosinofilia sarcoplasmática e perda das estriações (degeneração). Por se tratar de uma enfermidade que pode acometer os seres humanos, a detecção do agente nos animais silvestres e sinantrópicos pode ser levada em consideração para a implementação de medidas sanitárias e de educação preventivas, visto que este agente pode ser transmitido de maneira indireta pelo consumo de água e alimentos contaminados com oocistos, bem como a ingestão de carnes (principalmente de caça) com a presença de cistos na musculatura. Além disso, a doença possui importância econômica, principalmente na criação de equinos, onde a mesmo pode levar à morte dos animais. Diante disso, pode-se concluir que a histopatologia foi de suma importância para a detecção do protozoário, e a presença do agente pode indicar uma contaminação do ambiente.

Biografia do Autor

Vinicius Dahm, Universidade Federal do Paraná

Graduação Medicina Veterinária, Universidade Federal do Parana - Setor Palotina, Brasil

Arthur Colombari Cheng, Universidade Federal do Paraná

Médico Veterinária, Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina, Palotina, Brasil

Karim Cristhine Pase Montagnini, Universidade Federal do Paraná

Médica Veterinária, mestranda em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina, Palotina, Brasil

Juliana Das Chagas Goulart, Universidade Federal do Paraná

Médica Veterinária, Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina, Palotina, Brasil

Carolina Fontana, Universidade Federal do Paraná

Médica Veterinária, mestranda em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina, Palotina, Brasil

Hidemi Kelly Nishimura, Universidade Federal do Paraná

Médica Veterinária, Medicina e Conservção da Fauna Silvestre, Universidade federal do Paraná - Setor Palotina, Palotina, Brasil

Ronaldo José Piccoli, Universidade Federal do Paraná

Professor substituto, Medicina e Conservção da Fauna Silvestre, Universidade federal do Paraná - Setor Palotina, Palotina, Brasil

Aline de Marco Viott, Universidade Federal do Paraná

Professor Adjunto de Patologia Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

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Publicado

2020-12-22

Como Citar

Dahm, V., Colombari Cheng, A., Cristhine Pase Montagnini, K., Das Chagas Goulart, J., Fontana, C., Kelly Nishimura, H., … de Marco Viott, A. (2020). DETECÇÃO HISTOPATOLÓGICA DE CISTOS DE Sarcocystis spp. EM MUSCULATURA DE UM QUATI (Nasua nasua) – RELATO DE CASO. Archives of Veterinary Science, 25(5). https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76751

Edição

Seção

I Semana Acadêmica da Pós-Graduação em Ciências Veterinárias UFPR