EDUCAÇÃO SUPERIOR E JUSTIÇA SOCIAL: UMA AVALIAÇÃO DAS POSSIBILIDADES DE REDISTRIBUIÇÃO E DE RECONHECIMENTO PELO PROUNI

Autores

  • Cristina Fioreze Fioreze Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Julio Cesar Godoy Bertolin Universidade de Passo Fundo

DOI:

https://doi.org/10.5380/sclplr.v2i2e.64806

Palavras-chave:

Educação superior, Justiça Social, Prouni

Resumo

Na atualidade, um dos maiores desafios do Brasil é equilibrar crescimento econômico com justiça social. A educação superior tem se tornado, no âmbito da sociedade do conhecimento, força maior na construção de sociedades inclusivas. Nesse contexto, os indicadores de acesso à educação superior no início do século XX evidenciavam a realidade de um sistema elitista e injusto socialmente. Em 2002, apenas 5% dos jovens matriculados na educação superior pertenciam à classe D. Na última década, porém, políticas educacionais têm buscado responder aos desafios de ampliação do acesso e de geração de maior equidade no sistema. O Programa Universidade para Todos (Prouni) é, hoje, a maior dessas políticas, em que pesem as importantes críticas a respeito da privatização da educação que pode estar subjacente ao programa e sobre problemas de qualidade das IES privadas. O programa trata da oferta de bolsas de estudos por IES privadas, possibilitando o acesso à educação superior, com bolsas integrais ou parciais de 50%, a estudantes com renda familiar per capita de 0 a 3 salários mínimos, que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Iniciado no ano de 2004, até o ano de 2013 foram concedidas mais de 1 milhão de bolsas, o que demonstra a relevância de pesquisas capazes de mensurar os resultados do programa no que tange à promoção de justiça social. Entretanto, analisar o Prouni por uma perspectiva limitada de resultados quantitativos pode ser insuficiente. De acordo com a teórica Nancy Fraser, justiça social deve ser compreendida em uma perspectiva bidimensional, que agrega redistribuição e reconhecimento. Nesse sentido, o presente trabalho visa desenvolver uma avaliação do Prouni a partir da perspectiva bidimensional proposta pela autora e fazendo uso de levantamentos empíricos sobre a realidade dos bolsistas. Como resultados, foram encontradas evidências da presença de elementos de redistribuição e de reconhecimento no Prouni. Porém, a dimensão do reconhecimento pela via do programa é, ainda, um processo em construção, dada a realidade de elitismo e preconceito ainda presente na educação superior.

Biografia do Autor

Cristina Fioreze Fioreze, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – PPGS/UFRGS. Graduada em Serviço Social e Mestra em Educação. Professora do Curso de Serviço Social da Universidade de Passo Fundo.

Julio Cesar Godoy Bertolin, Universidade de Passo Fundo

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Mestre em Ciência da Computação. Professor do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade de Passo Fundo. EDUCAÇÃO SUPERIOR E JUSTIÇA SOCIAL: UMA AVALIAÇÃO DAS POSSIBILIDADES DE REDISTRIBUIÇÃO E DE RECONHECIMENTO PELO PROUNI

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Publicado

2019-02-07

Como Citar

Fioreze, C. F., & Cesar Godoy Bertolin, J. (2019). EDUCAÇÃO SUPERIOR E JUSTIÇA SOCIAL: UMA AVALIAÇÃO DAS POSSIBILIDADES DE REDISTRIBUIÇÃO E DE RECONHECIMENTO PELO PROUNI. Sociologias Plurais, 2(2e). https://doi.org/10.5380/sclplr.v2i2e.64806