Organização feminista em rede nas fronteiras entre abortamento legal e clandestino no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/sclplr.v10i2.96306Resumo
Neste trabalho, analisa-se a atuação das redes feministas de acompanhamento do aborto no que tange o contexto político e histórico de criminalização da prática no Brasil, com destaque à influência da moralidade conservadora cristã no debate público e privado sobre o tema. Dado o contexto de ilegalidade institucional e estigma popular que criminaliza mulheres que não desejam toda e qualquer maternidade, nota-se como o olhar para as redes feministas expõe a garantia de uma outra possibilidade de agenciamento da interrupção gestacional, que ultrapassa gramáticas esperadas de culpa, pecado, solidão e morte. A ação das redes se manifesta tanto online quanto offline, fornecendo informações sobre serviços de aborto legal e auxiliando na logística para acesso a esses serviços, incluindo o apoio financeiro para despesas relacionadas ao procedimento – que pode ocorrer em hospitais nacionais ou estrangeiros, a depender da situação legal do caso. Além disso, nota-se que por meio do uso estratégico das redes sociais, os coletivos feministas se dedicam a promover a discussão pública sobre o aborto, desafiando o segredo em que é mergulhado o tema e contribuindo para a construção de uma a narrativa que reconhece o direito de mulheres e pessoas que gestam à autonomia reprodutiva.
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