O romance Douceurs du bercail (1998), da escritora senegalesa Aminata Sow Fall: Naatangué como lugar eutópico

Autores

  • Ana Cláudia Romano Ribeiro Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, São Paulo https://orcid.org/0000-0002-0923-3228
  • Gabriela Rodrigues de Oliveira Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5380/rvx.v17i4.86819

Palavras-chave:

Douceurs du bercail, Aminata Sow Fall, Utopia, Eutopia

Resumo

Neste artigo, apresentamos Naatangué, uma propriedade rural senegalesa que traz felicidade a muita gente, descrita no romance Douceurs du bercail (1998), de Aminata Sow Fall. Naatangué é uma palavra em wolof, língua materna de Fall, que abrange as noções de felicidade, abundância e paz (FALL, 1998, p. 197, n. 1). O nome atribuído a esse espaço remete a um lugar ideal, no qual os sentimentos ligados à felicidade, à abundância e à completude se fazem presentes. Medindo dez hectares de terra, esse “jardim” (palavra com que sua proprietária o qualifica) pode ser entendido como um lugar utópico. A partir da Utopia de More (2018) e dos estudos de Trousson (1999), Dubois (2009) e Abensour (1993), refletiremos sobre as acepções de utopia, evidenciando sua diversidade semântica, que remete tanto a outopia (não-lugar) quanto a eutopia (bom lugar). Em seguida, analisaremos alguns excertos em que Naatangué é descrita, de forma a perceber em que medida esse espaço se relaciona a um lugar eutópico (OYOUROU, 2014).

Biografia do Autor

Ana Cláudia Romano Ribeiro, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, São Paulo

Ana Cláudia Romano Ribeiro é professora no Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo, onde coordena as atividades da monitoria de Literatura de Expressão Francesa e do Grupo de Estudos de Literaturas de Expressão Francesa (GELEF) da UNIFESP, este juntamente com a profa Ligia F. Ferreira. Desenvolve projetos de tradução, escrita, performance e artes visuais. Ave, semente é seu primeiro livro de poemas e desenhos, lançado em 2021 pela Editacuja, na coleção Caravelas, organizada por Pedro Marques e Érica Casado. Tem publicado algumas experiências de vocalização e performance de textos em seu canal no youtube e alguns poemas em revistas como Ruído Manifesto, escamandro e mallarmargens. É autora da tradução, introdução e notas da Utopia de Thomas More (Editora da UFPR, no prelo) e da viagem imaginária A terra austral conhecida de Gabriel de Foigny (Editora da Unicamp, 2011). Participa do coletivo de poesia Anáguas, coordenado por Ismar Tirelli Neto, com Katia Maciel, Rodrigo Moretti, Livia Flores e Consuelo Lins, que lançou seu primeiro livro em 2022: Sol talvez seja uma palavra. Participa do grupo de teatro bilíngue (português-alemão) Die Deutschspieler, sediado no Centro de Línguas da Unicamp e dirigido por Norma Wucherpfennig e Wanderley Martins. Foi Pesquisadora Colaboradora na área de Estudos Clássicos do Instituto de Estudos da Linguagem, na Universidade Estadual de Campinas, onde foi bolsista do CNPq e desenvolveu seu projeto de pós-doutorado, que teve por objeto a Utopia, de Thomas More (tradução e estudo). Faz parte dos grupos Renascimento e Utopia (UNICAMP/CNPq), Literatura e utopia (UFAL/CNPq), Intertextualidade na literatura latina: teorias e práticas intertextuais na literatura latina e sua recepção (UNICAMP/CNPq), Grupo de Tradução e estudos da Antiguidade e Tradição Clássicas (UNIFESP/CNPq) e República das Letras - Estudos da Literatura Renascentista em Latim (USP/CNPq). Co-editou a extinta revista Morus - Utopia e Renascimento e co-organizou os eventos científicos e publicações ligados a este periódico do primeiro ao último número (13, 2018). Graduada em Letras (Universidade Federal de Juiz de Fora) e Etnologia (opção Etnomusicologia, Université Paris X - Nanterre), fez mestrado e doutorado (este, com bolsa FAPESP) pelo programa de pós-graduação em Teoria e História Literária da Universidade Estadual de Campinas, tendo realizado estágio doutoral na Università degli Studi di Firenze (com apoio da CAPES). Parte de sua pesquisa foi publicada em A terra austral conhecida (Genebra, 1676), de Gabriel de Foigny (Tradução, apresentação e notas. Campinas: Editora da UNICAMP, 2011). Foi junior visiting scholar na Università degli Studi di Milano (Itália), com uma bolsa da Fondazione CARIPLO (Progetto UniALA). Em 2016, participou do Visiting Professor Program da Universidade Friedrich-Alexander de Erlangen-Nürnberg (Alemanha). Seus temas de pesquisa são: tradução; literaturas de língua francesa/francofonia; a Utopia de Thomas More; viagens imaginárias; literatura e filosofia nos séculos XVI e XVII francês; tradição clássica; recepção; relação entre literatura e outras artes; teatro; experimentos performativos. (Informações retiradas do lattes da pesquisadora)

Gabriela Rodrigues de Oliveira, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, São Paulo

Mestranda em Letras (área de Estudos Literários) no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo (2020-2023). Graduada em Letras - Português e Francês pela mesma instituição. Foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) de iniciação científica (2019/11387-0) no Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo, na subárea de Língua e literatura francesa, orientada pela Professora Doutora Ana Cláudia Romano Ribeiro. Foi monitora voluntária de Literatura de expressão francesa sob a orientação da Profª drª Ana Cláudia Romano Ribeiro durante o segundo semestre de 2018 e o primeiro de 2019, e monitora remunerada no segundo semestre de 2020. É membro do projeto de Estudos de Literatura de Expressão Francesa que é desenvolvido coletivamente pelo Grupo de Estudos de Literatura de Expressão Francesa (GELEF), sediado na Universidade Federal de São Paulo, no campus Guarulhos, coordenado pela Profª drª Ana Cláudia Romano Ribeiro.

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Publicado

2022-12-21

Como Citar

Ribeiro, A. C. R., & Oliveira, G. R. de. (2022). O romance Douceurs du bercail (1998), da escritora senegalesa Aminata Sow Fall: Naatangué como lugar eutópico. Revista X, 17(4), 1267–1291. https://doi.org/10.5380/rvx.v17i4.86819