PORTAS ENTREABERTAS DO BRASIL: NARRATIVAS DE MIGRANTES DE CRISE SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACOLHIMENTO
Resumo
Em um momento em que o Brasil ingressa na rota de novos fluxos migratórios em decorrência das consequências da globalização que, para muitos, apresenta-se em sua versão perversa (SANTOS, 2001), faz-se necessário investigar como os migrantes vivenciam as políticas públicas voltadas para seu acolhimento e inserção social no país. O presente artigo objetiva, a partir das narrativas de dois migrantes residentes no município de São Paulo, analisar como mecanismos de regulamentação de entrada e permanência no país e políticas de acolhimento disponíveis são vivenciados por eles e, partindo dessas reflexões, levantar algumas implicações sobre políticas de acolhimento. As narrativas foram geradas por meio de conversas informais áudio-gravadas com o objetivo de relatar a experiência vivida pelos migrantes em relação à acolhida e às possibilidades de inserção social no país. As análises das narrativas mostram que, apesar dos avanços legislativos e de ações institucionais voltadas ao acolhimento e inserção social, ainda fazem falta medidas que viabilizem a concessão de vistos de entrada, a permissão ao vínculo empregatício, bem como políticas de línguas para ampliar o acesso à informação e auxiliar no processo de (re)reterritorialização (HAESBAERT, 2004; BIZON, 2013).
Palavras-chave
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v13i1.60325