A APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS POR IMIGRANTES DESLOCADOS FORÇADOS NO BRASIL: UMA OBRIGAÇÃO?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/rvx.v13i1.60301

Palavras-chave:

Português como Língua de Acolhimento, Imigrantes Deslocados Forçados, (Re)territorialização, Educação de Grupos Minoritarizados, Vulnerabilidade

Resumo

 

RESUMO: Este trabalho busca discutir o ensino-aprendizagem da especialidade de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) para imigrantes deslocados forçados no Brasil, com vistas a questionar o caráter de necessidade obrigatória com o qual sua aprendizagem é geralmente associada. Para alcançar tais objetivos, realizaremos uma análise de cunho qualitativo e interpretativista do discurso de profissionais da área – professores e coordenadores de diferentes cursos de PLAc no país –, bem como de alguns imigrantes, no que diz respeito às motivações para se aprender a língua majoritária do Brasil. O artigo está organizado da seguinte maneira: primeiramente, faremos uma breve exposição do cenário da imigração de deslocados forçados, evidenciando a relevância do tema. Em segundo lugar, apresentaremos alguns conceitos pertinentes que respaldam teoricamente as discussões realizadas. Em terceiro lugar, analisaremos o discurso dos participantes da pesquisa, visando discutir como a aprendizagem do PLAc é entendida como uma necessidade obrigatória, e como esse discurso pode oprimir sujeitos deslocados forçados, reforçando sua situação de vulnerabilidade. Finalizaremos nosso texto discorrendo sobre como certas perspectivas de trabalho com o PLAc, indo de encontro à primeira perspectiva, podem colaborar para processos de territorialização não-precária (BIZON, 2013) desses imigrantes.

Biografia do Autor

Ana Paula de Araujo Lopez, Universidade Federal de São João del-Rei

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos da UFMG, possui graduação em Letras pela Universidade Federal de São João Del-Rei (2013) e mestrado em Linguística Aplicada pela Universidade Federal de Minas Gerais (2016). Atualmente é professora voluntária na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e colaboradora da Universidade da Geórgia (UGA), atuando na área de português língua adicional/estrangeira no Programa Flagship Portuguese (UFSJ/UGA). É coordenadora pedagógica do Programa Idiomas sem Fronteiras - Português na UFSJ. Tem experiência no ensino de língua portuguesa como língua adicional, tendo atuado no módulo de acolhimento, no núcleo de língua portuguesa, do Programa Mais Médicos para o Brasil e como professora de português língua adicional para os candidatos ao Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Atua como aplicadora da parte oral e escrita e avaliadora da parte escrita do exame para Certificação de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Pesquisa e trabalha com português como língua de acolhimento (PLAc) para imigrantes deslocados forçados, tendo sido colaboradora voluntária no Centro Zanmi em Belo Horizonte (MG). Tem experiência na área de Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: Português como Língua Adicional, Português como Língua de Acolhimento, Imigrantes Deslocados Forçados no Brasil.

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Publicado

2018-10-22

Como Citar

Lopez, A. P. de A. (2018). A APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS POR IMIGRANTES DESLOCADOS FORÇADOS NO BRASIL: UMA OBRIGAÇÃO?. Revista X, 13(1), 9–34. https://doi.org/10.5380/rvx.v13i1.60301