INTERFACES ENTRE RELIGIÕES E POLÍTICA NA CONTEMPORANEIDADE
DOI:
https://doi.org/10.5380/rt.v10i2.84014Palabras clave:
Religiões e Religiosidades, Política Contemporânea, DemocraciaResumen
As últimas décadas da história brasileira e mundial foram marcadas pelo fortalecimento de grupos e vertentes políticas que se pautam em princípios provenientes de visões de mundo religiosas para justificar suas ações no espaço público e suas articulações na esfera política. É dentro deste sistema complexo de análises científicas que surgiu a proposta do presente dossiê, que acolheu pesquisas em Ciências Humanas e Sociais preocupadas com a compreensão das diferentes configurações que assume o fenômeno das “Interfaces entre Religiões e Política na Contemporaneidade”. O presente texto, deste modo, divide-se em dois momentos principais: primeiro traçamos um panorama sobre as tendências mais frequentes de abordagem analítica, que buscam relacionar os vínculos entre religiões e vertentes políticas conservadoras; em seguida problematizamos exemplos de momentos históricos em que grupos e instituições religiosas posicionaram-se a partir de propostas potencialmente progressistas de transformação da realidade social em que se encontravam inseridos. O campo de debate é promissor e as discussões estão em curso, de maneira que nosso intuito é o de provocar a continuidade no desenvolvimento de pesquisas acerca da temática das relações entre religião e política nas sociedades contemporâneas.
Citas
ALMEIDA, Ronaldo. Bolsonaro presidente: conservadorismo, evangelismo e a crise brasileira. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 38, n. 1, pp. 185-213, jan./abr. 2019.
AMARAL, Roniere. Milagre político: catolicismo da libertação. São Paulo: Annablume, 2010.
BEOZZO, José Oscar. O catolicismo: história e contemporaneidade. In: MANOEL, Ivan;
CARRANZA, Brenda. Evangélicos: o novo ator político. In: GUADALUPE, José Luis Pérez; CARRANZA, Brenda (Orgs.). Novo ativismo político no Brasil: os evangélicos do século XXI. Rio de Janeiro: Konrad Adenauers Stiftung, pp. 171-192, 2020.
FREITAS, Nainora Maria Barbosa (Org.). História das religiões: desafios, problemas e avanços teóricos, metodológicos e historiográfico. 2 ed. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 17-55.
BERGER, Peter. A dessecularização do mundo: uma visão global. Religião & Sociedade, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 9-24, 2000.
BERGER, Peter. Os múltiplos altares da modernidade: rumo a um paradigma da religião numa época pluralista. Petrópolis: Vozes, 2017.
BRUCE, Steve. Secularização e a impotência da religião individualizada. Religião & Sociedade, Rio de Janeiro, v. 36, n. 1, p. 178-190, 2016.
CASANOVA, José. Genealogías de la secularización. Barcelona: Anthropos Editorial; México: Universidade Nacional Autónoma de México, 2012.
CRUZ, Eduardo. A propósito de um texto de Habermas: a herança brasileira de um dilema da civilização ocidental. Estudos Avançados, São Paulo, v. 18, n. 52, p. 331-340, 2004.
DAMIN, Cláudio. Surgimento e trajetória do Estado Islâmico. Boletim Meridiano 47, Brasília, v. 16, n. 148, p. 26-33, 2015.
DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 1989.
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. São Paulo: Globo, 2012.
HABERMAS, Jürgen. Fé e saber. São Paulo: Editora Unesp, 2013.
HABERMAS, Jurgen. El resurgimiento de la religión, ¿un reto para la autocomprensión de la modernidad? Dinóia, México, v. 53, n. 60, p. 3-20, 2008.
LÖWY, Michael. A guerra dos deuses: religião e política na América Latina. Petrópolis: Vozes, 2000.
MANNHEIM, Karl. O pensamento conservador. In: MARTINS, José de Souza. Introdução crítica a Sociologia Rural. São Paulo: Editora Hucitec, 1981, p. 77-131.
MARX, Karl. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005.
MELO, Fábio; KARNAL, Leandro. Crer ou não crer. São Paulo: Editora Planeta, 2017.
ORO, Ari Pedro. Religião e política no Brasil. Cahiers des Amériques Latines, França, v. 48, n. 49, p. 205-222, 2006.
ORO, Ari Pedro; ALVES, Daniel. Jair Bolsonaro, líderes evangélicos negacionistas e a politização da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Sociedad y Religión, Buenos Aires, v. 30, n. 54, p. 121-147, 2020.
PRASHAD, Vijay. Balas de Washington. São Paulo: Expressão Popular, 2020.
SANCHIS, Pierre. Desencanto e formas contemporâneas do religioso. Ciencias Sociales y Religión, Campinas, v. 3, n. 3, p. 27-43, oct. 2001.
SANTOS, Lucas. “Somos uma igreja como qualquer outra”: modelo de santidade e dissidências sexuais e de gênero em uma igreja inclusiva de Salvador. Sociologias Plurais, Curitiba, v. 5, n. 2, p. 113-132, 2019.
SOUZA, André Ricardo; BATISTA, Breno Minelli. Os efeitos políticos no Brasil dos sete anos iniciais do Papa Francisco. Revista Brasileira de História das Religiões, Maringá, v. 13, n. 39, p. 189-206, 2021.
TILLY, Charles. Democracia. Petrópolis: Vozes, 2013.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001.
VELHO, Otavio. Contracapa. In: ORO, Ari Pedro; STEIL, Carlos Alberto; CIPRIANI, Roberto; GIUMBELLI, Emerson. A religião no espaço público: atores e objetos. São Paulo, Ed. Terceiro Nome, 2012.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).