DESAFIOS E POTENCIALIDADES DAS PEQUENAS CIDADES NO CONTEXTO DE UMA SOCIEDADE URBANA: ALGUNS APONTAMENTOS COM BASE NA REALIDADE DE FRUTAL-MG E SÃO GOTARDO-MG

Autores

  • Lidiane Aparecida Alves
  • Adriano Reis de Paula e Silva

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v35i0.38065

Palavras-chave:

Pequenas Cidades, Condições socioambientais, Perspectivas

Resumo

A quantidade de pequenas cidades na rede urbana brasileira é significativa, sendo que os municípios com população de até 50 mil habitantes concentravam no ano de 2010 40% da população do país. Nestas cidades é comum o paradoxo da potencialidade para o sucesso das ações de planejamento, especialmente aquelas relacionadas ao provimento de infraestrutura urbana básica, por exemplo, devido ao espaço ser mais restrito. Porém, por outro lado, há entraves, como a substituição do planejamento pela gestão e a ausência de pessoas qualificadas, tanto para a elaboração quanto para a implementação dos planos. O objetivo do artigo é apresentar algumas considerações sobre a situação das dimensões básicas à reprodução social, que deve proporcionar o bem estar e, que, portanto encontram-se entre as questões prioritárias para o desenvolvimento urbano. Logo, são considerados como exemplos as cidades de São Gotardo (31.819 habitantes) e Frutal (53.460 habitantes), localizadas no estado de Minas Gerais. Conclui-se que, ainda que existam entraves no planejamento, em ambas as cidades as condições socioeconômicas são relativamente boas, sem graves problemas sociais. Suas economias são baseadas na agricultura moderna, a qual condiciona a dinâmica e organização intraurbana, bem como as características demográficas, especialmente no que diz respeito à migração e a supremacia da população do sexo masculino que trabalha no campo. Notadamente em São Gotardo, a prática da agricultura moderna é mais intensa, o pode ter reflexos na saúde da população local, o que desperta preocupação e demanda de estudos específicos. 

Referências

ALENTEJANO, P.R. As relações campo-cidadeno Brasil do século XXI. Terra Livre, São Paulo, v. 2, n. 21, p. 25-39. 2003.

BACELAR, W. K. de A. A pequena cidade nas teias da aldeia global: relações e especificidades sócio -políticas nos municípios de Estrela do Sul, Cascalho Rico e Grupiara –MG, 411f. 2008. Tese (Doutorado em Geografia). Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia, UFU. Uberlândia.

BAENINGER, R. Deslocamentos populacionais, urbanização e regionalização. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, Brasília, v. 15, n.2, p. 67-81, 1998.

CASTELLS, M. A sociedade em rede: A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra. 1999.CARLOS, A.F.A. Seria o Brasil “menos urbano do que se calcula?”.Disponível em: <http://www.geografia.fflch.usp.br/publicacoes/geousp/geo>. Acesso em: mar. 2014.

CORRÊA, R. L. O estudo da rede urbana: uma proposição metodológica. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, n. 50 n.2, p. 107-127, abr./jun.1988.

______. Rede urbana e formação espacial –uma reflexão considerando o Brasil. Revista Território, Rio de Janeiro, ano v, n. 8, p. 121-129, 2000.

_____. Rede urbana: reflexões, hipóteses equestionamentos sobre um tema negligenciado. Cidades,Presidente Prudente,v. 1, n. 1, p. 65-78, 2004.

______.Perspectivas da urbanização brasileira –uma visão geográfica para o futuro próximo. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA(SIMPURB), X, 2007, Florianópolis:2007.

DOWBOR, L. Série Atlas Brasil 2013 –Desenvolvimento Humano em debate. 2013. Entrevista concedida ao PNUD Brasil.2014.Disponível em: <http://www.youtube.com/user/PNUDBrasil >. Acesso em: 30 mar. 2014.

ELIAS, D. Novas dinâmicas territoriais no Brasil agrícola. In: SPOSITO, Eliseu Saverio; SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão; SOBARZO, Oscar. (Orgs.). Cidades médias: produção do espaço urbano e regional. SãoPaulo: Expressão Popular, 2006, p. 279 –303.

______. Agronegócio e novas regionalizações no Brasil. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, Rio de Janeiro, v.13, n.2, p. 153-167, 2011.

FERREIRA,J. S. W. Globalização e urbanização subdesenvolvida. São Paulo Perspec. v.14 n.4, p. 10-20.2000.

GUERREIRO, E. P. Cidade digital: infoinclusão social e tecnologia em rede. São Paulo: Editora Senac. 2006.IBGE. (vários anos). Censo demográfico de 1970, 1980, 1991, 2000, 2010.Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/>. Acesso em: 30 mai. 2014.

_______.Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil. 2015.Disponível em:<ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_territorial/arranjos_populacionais/arranjos_populacionais.pdf>.Acesso em: 30 mai. 2015.

IDSUS. Índice de desempenho do sistema único de saúde. Ministério da saúde. Disponível em: . Acesso em: 30 mai. 2014

JURADO DA SILVA, P. F. Cidades pequenas e indústria:contribuição para a análise da dinâmica econômica na região de Presidente Prudente-SP. 2011. Dissertação (Mestrado em Geografia). Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Unesp. Presidente Prudente.

MARICATO, E. Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras. São Paulo em Perspectiva,São Paulo, v. 14. n. 4. p.21-33. 2000.

MELO,N. A. de; SOARES, B. R. Pequenas cidades: reflexões sobre questões sócio-ambientais.Caminhos de Geografia Uberlândia,v. 12, n. 37 mar/2011 p. 124 –141, 2010.

MONBEIGP.O estudo geográfico das cidades.Cidades.v. 1, n. 2, p. 277-314, 2004.

OLIVEIRA, B. S.; SOARES, B. R. O papel das cidades locais no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (MG) no contexto regional. Revista Horizonte Científico, PROPP/UFU, Uberlândia, n.2, p. 1-25, 2003. http://www.geografiaememoria.ig.ufu.br/downloads/Beatriz_Ribeiro_Soares_O_PAPEL_DAS_CIDADES_LOCAIS_DO_TRIANGULO_MINEIRO%20E.pdf >. Acesso em:26 mai. 2014.

PNUD. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil.Brasil. 2013. Disponível em: < http://www.atlasbrasil.org.br/2013/>. Acesso em: 30 mar. 2014.

SILVA, A. R. de P. As transformações socioespaciais de Frutal-MG. 2012. Dissertação (Mestrado em Geografia).Instituto de Geografia, Universidade de Federalde Uberlândia, Uberlândia.

RODRIGUES, A. M. A cidade como direito. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2007, v. 9, n. 245(33) s/p. Disponível em: <.http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-24533.htm>. Acesso em: 26 mai. 2014.

SANTOS, M. Oespaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Francisco Alves.1979.

______. Manual de Geografia Urbana.3. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 2008.

______. Urbanização brasileira.São Paulo: Hucitec. 2009.

SOARES, W.; ALMEIDA,R.M. V.R.; MORO, S. Trabalho rurale fatores de risco associados ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais, Brasil.Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, n.4 p.1117-1127, jul-ago, 2003.

SOUZA, M. L. de. ABC do Desenvolvimento Urbano.Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2005.

STEFFEN, G. P. K.;STEFFEN, R.B.; ANTONIOLLI, Z.I. Contaminação do solo e da água pelo uso de agrotóxicos. Tecno-lógica, Santa Cruz do Sul, v. 15, n. 1, p. 15-21, jan./jun. 2011.

UN. United Nations.Disponível em: <http://www.un.org/en/>. Acesso em: 30 mar. 2014.

UN-HABITAT.United Nations Human Settlements Programme.State of the world’s cities 2012/2013.Prosperity of Cities.Disponível em: < https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/745habitat.pdf> Acesso em: 30 mar. 2014.

Publicado

2016-04-03

Como Citar

Alves, L. A., & Paula e Silva, A. R. de. (2016). DESAFIOS E POTENCIALIDADES DAS PEQUENAS CIDADES NO CONTEXTO DE UMA SOCIEDADE URBANA: ALGUNS APONTAMENTOS COM BASE NA REALIDADE DE FRUTAL-MG E SÃO GOTARDO-MG. RAEGA - O Espaço Geográfico Em Análise, 35, 7–37. https://doi.org/10.5380/raega.v35i0.38065

Edição

Seção

Artigos