TECNOLOGIAS MORAIS E OS CURRÍCULOS DE GÊNERO EM ESCOLAS DE CAMPINAS
DOI:
https://doi.org/10.5380/jpe.v18i1.94396Keywords:
Gestão escolar, Tecnologias morais, Currículos de gênero, BNCC, Sociologia da Educação.Abstract
Reformas neoliberais em educação encontram na BNCC uma nova tecnologia moral para estabelecer uma governamentalidade orientada ao capital humano de cunho gerencialista. Partindo da abordagem do ciclo de políticas, valemo-nos dos métodos de análise documental de Projetos Pedagógicos e de entrevistas semiestruturadas com oito gestoras/es de quatro escolas municipais de Campinas para investigar como as tecnologias morais têm impactado na produção de currículos de gênero. Nossos resultados mostram que as tecnologias morais coagem escolas a aderirem ao dispositivo pedagógico, porém, a resistência local das escolas encontra formas de representar gênero em sua atuação e em correspondência aos seus ideais democráticos, apresentando contrariedades às heteronormatividades.
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